A situação da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR), requer atenção especial do Governo do Estado. A opinião é do presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe, deputado Betinho Gomes (PSDB). Na última sexta-feira (16), uma rebelião na entidade deixou um morto e três feridos. “A unidade deve ser fechada e criados espaços com estrutura menor, que realmente promovam a ressocialização dos internos”, opinou.

Em janeiro deste ano, outro motim provocou a morte de três jovens. Um deles foi decapitado. “Na ocasião, foram constatadas a precariedade e extrema dificuldade de funcionamento do lugar, além do desrespeito aos diretos da criança e do adolescente”, registrou o tucano, que esteve in loco, com outros parlamentares e autoridades. A capacidade da unidade é de 166 internos. Mas, atualmente, abriga 338 jovens, com idades entre 17 e 21 anos.

Segundo o parlamentar, o episódio deste final de semana não causou surpresa. “O Estado ainda não conseguiu enfrentar a problemática e, para que novas rebeliões e mais mortes sejam evitadas, é preciso agir urgentemente”, avaliou, citando as unidades de Jaboatão dos Guararapes e de Caruaru como exemplo. “São ambientes adequados, sem superlotação e com acompanhamento dos jovens”, ressaltou.

Para Gomes, falta decisão política para resolver a questão, no Cabo. “A Comissão está atenta e vai emitir ofício com recomendações ao Executivo Estadual”, enfatizou, sugerindo que a unidade seja prioridade nos últimos dois anos da gestão Eduardo Campos (PSB).