Uma linha de crédito do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) deve socorrer o produtor do Sertão e Agreste do Estado, durante o período da estiagem. O financiamento tem como foco o custeio dos insumos necessários às atividades rurais e beneficiará pequenos e médios produtores de cidades em situação de emergência. As condições do empréstimo foram detalhadas, ontem, durante encontro na sede da entidade financeira, em Pernambuco. A Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Assembleia Legislativa propôs a reunião.
Responsável por receber o colegiado do Poder Legislativo, presidido pelo deputado Claudiano Martins Filho (PSDB), o superintendente do BNB, Sérgio Maia, explicou que serão contemplados três grupos distintos. O primeiro deles são os pernambucanos com débitos junto ao banco. Para esse segmento, haverá a possibilidade de renegociação da dívida. Os outros dois tipos de beneficiários serão, respectivamente, agricultores e criadores com conta na instituição financeira e aqueles que jamais tiveram vínculo com a entidade.
Os tetos dos empréstimos serão condicionados de duas formas. Pequenos produtores do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) poderão contratar financiamento de até R$ 12 mil, com juros de 1% e prazo para pagamento de dez anos – sendo 36 meses de carência. Os agropecuaristas com negócios de médio porte poderão receber até R$ 100 mil. Os juros serão de 3,5% e o prazo para quitar o valor devido será oito anos.
Empresas instaladas no território urbano das localidades atingidas pela seca também poderão ser contemplados.
A renda das famílias beneficiárias, como informou o superintendente do BNB, determinará a quantia a ser destinada a cada produtor. Outros critérios, a exemplo do patrimônio, também serão levados em consideração. “Vale salientar, contudo, que o montante do empréstimo não será entregue de uma só vez. A ideia é custear gastos e conter prejuízos do segmento”, destacou. Portanto, para ter acesso ao dinheiro, os interessados deverão apresentar as notas dos insumos adquiridos, ao longo do período de vigência do contrato.
“Estamos empenhados em assistir os pequenos e médios produtores. Nosso objetivo é disponibilizar esse crédito o mais rápido possível. Faremos, inclusive, com que os interessados sejam atendidos nas sedes dos sindicatos do setor, nos próprios municípios”, completou Maia. Além disso, o representante observou que todas as agências do BNB estão preparadas para receber a outra parcela da demanda.
Para o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Claudiano Martins Filho, é unção do poder público intermediar soluções para a “difícil situação do Interior”. “Pretendemos continuar promovendo debates e buscando parceiros nessa luta”, comentou. O representante da Associação dos Criadores de Pernambuco, Sérgio Rezende reconheceu os esforços do BNB e do grupo parlamentar. “Esse empréstimo ajudará bastante a manter nossas atividades. Esperamos que os demais entes públicos cumpram seus papeis”, destacou Rezende, acompanhado de representantes de outras entidades, a exemplo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite).
