Sucessão presidencial – Dossiê motiva troca de acusações

Em 08/06/2010 - 00:06
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A polêmica em torno do suposto dossiê que o Partido dos Trabalhadores (PT) estaria produzindo com informações sobre o pré-candidato a Presidência da República pelo PSDB, José Serra, motivou o pronunciamento do deputado Pedro Eurico (PSDB), na tarde de ontem. A acusação foi publicada, inicialmente, na Revista Veja. A reportagem afirmava que um grupo se reunia no comitê eleitoral do PT, em Brasília, a fim de espionar adversários e integrantes da legenda que estariam vazando informações da campanha.

A saída do jornalista gaúcho Luiz Lanzetta da chefia de comunicação da campanha, apontado como o responsável pelo levantamento, e uma entrevista para a Veja do ex-delegado da Polícia Federal Onésimo de Souza deram mais visibilidade ao caso. À publicação, Souza afirmou que foi convidado para uma conversa, em abril, quando Lanzetta propôs a montagem de um grupo de espionagem. Por outro lado, o jornalista desmentiu o ex-delegado, informando que ele é que havia sido procurado pelo policial.

Para Eurico, a prática de espionagem remete ao período da ditadura militar e à década de 1930, durante o Governo Getúlio Vargas. “Isso causa profunda indignação. Temos que condenar essa iniciativa, que serve de alerta. Não nos preocupamos apenas em ganhar as eleições, mas em fazer isso de forma ética”, destacou tucano.

Em aparte, o líder da Bancada de Oposição, deputado Augusto Coutinho (DEM), ressaltou o discurso de Eurico. “O respeito às instituições e à democracia está sendo quebrado. Esses instrumentos foram usados no passado do Brasil e não queremos nos lembrar deles, porém voltam, hoje, com a benção do PT, que era defensor do regime democrático”, observou.

Líder do Governo na Alepe, Isaltino Nascimento (PT) rebateu as acusações. Para o petista, elas são fruto da proximidade do período eleitoral. “A denúncia é desespero do partidos conservadores em encontrar algo que macule a imagem da candidata Dilma Roussef”, observou.