A polêmica que envolve as pesquisas com células-tronco embrionárias foi tema, nesta terça (primeiro de abril), de uma audiência pública conjunta das Comissões de Saúde e de Ciência e Tecnologia da Assembléia. O debate, de proporção nacional, foi solicitado pelo deputado Raimundo Pimentel, do PSDB.

O encontro contou com a participação de representantes das Secretarias de Saúde e de Ciência e Tecnologia do Estado, assim como da UPE e da UFPE. Na ocasião, os médicos do Hospital Agamenon Magalhães e do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco, Procape, apresentaram o andamento das pesquisas desenvolvidas em Pernambuco.

O médico Wilson de Oliveira, do Procape, explicou que as células-tronco embrionárias são mais eficientes porque podem se transformar em duzentos e trinta e um tipos de tecido, ajudando no tratamento de doenças cardíacas, doença de Chagas, diabetes e doenças degenerativas crônicas como o Mal de Alzheimer.

Em Pernambuco, cerca de trinta pacientes cardíacos receberam as células adultas e oitenta por cento deles tiveram melhora na qualidade de vida. Oliveira ressaltou que estes tratamentos são experimentais e que ainda há muito a ser descoberto.

A liberação das pesquisas com células-tronco no Brasil, como prevê a Lei de Biossegurança aprovada em dois mil e cinco, está sendo apreciada pelo Supremo Tribunal Federal. Raimundo Pimentel afirmou que a norma atende aos interesses da ciência na busca da cura para várias doenças. Para o parlamentar, barrar as pesquisas significa retroceder. //

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Carlos Santana, do PSDB, explicou que representantes de entidades religiosas que defendem a proibição das pesquisas foram convidados, mas não compareceram à audiência. Para o parlamentar, a Assembléia desempenhou um importante papel promovendo o debate. //

O deputados Clodoaldo Magalhães, do PTB, vice-presidente da Comissão de Saúde da Casa, reafirmou a importância das pesquisas. A deputada Nadegi Queiroz, do PMN, também apoiou a iniciativa. (M.A.)