
A importância da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Celpe foi ressaltada, ontem, pelo 2º secretário da Casa, deputado Raimundo Pimentel (PSDB). O parlamentar, no entanto, lamentou a disputa política entre as bancadas de Oposição e de Governo para ocupar a relatoria do colegiado. “Assim, reduzimos a importância do debate e beneficiamos a Celpe. Espero que o episódio sirva como referência para que equívocos desse tipo não se repitam”, observou.
O embate se deu por conta do veto à indicação do deputado Augusto Coutinho (DEM) como relator. A partir daí, os oposicionistas decidiram não mais participar da CPI.
De acordo com o tucano, que é integrante titular do colegiado, o processo de privatizações estabeleceu uma nova relação entre as empresas e os clientes e, no caso da Celpe, foi implementado um modelo nocivo para a sociedade, devido ao monopólio no setor de energia elétrica. Pimentel também citou vários exemplos da insatisfação popular quanto aos serviços prestados pela empresa. Entre eles, o alto custo da energia, inviabilizando os pólos de irrigação no Vale do São Francisco; o corte de fornecimento de energia em assentamentos de 20 famílias porque uma das casas estava inadimplente e o aumento de 100% no Contrato de Demanda firmado com empresários do Pólo Gesseiro. “Precisamos dar uma resposta à sociedade”, comentou, acrescentando que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não vem cumprindo o papel fiscalizador.
Em apartes, os deputados Isaltino Nascimento (PT); Augusto Coutinho e Maviael Cavalcanti (DEM); José Queiroz (PDT) e Pedro Eurico (PSDB) também se pronunciaram. Nascimento acredita que o convite feito à Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) para retomar o convênio com a Aneel, a fim de fiscalizar a Celpe, já é resultado da atuação da CPI. “A Oposição não aceita que a CPI seja politizada”, defendeu Cavalcanti. “Essa Comissão deveria ter o perfil da CPI do Narcotráfico, sem cores partidárias”, observou Queiroz. Coutinho lamentou o veto ao seu nome para a relatoria. “Isso foi condenável e vergonhoso”, frisou Eurico.