
A atitude do guarda municipal de trânsito Ricardo Campos com o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco José Fernandes de Lemos foi repudiada, ontem, pelo deputado Guilherme Uchôa (PDT). De acordo com o parlamentar, no último dia 29, o magistrado parou o veículo para que uma pessoa que se encontrava em sua companhia descesse, quando foi repreendido por Campos. “O guarda o tratou grosseiramente e, mesmo estando com o motor do carro ligado, insistiu que se tratava de uma infração”, informou o pedetista.
Segundo Uchôa, após ver a possibilidade de obter propina negada, Campos lavrou o auto de infração, o que possibilitou ao desembargador anotar a matrícula e o nome do guarda. “José Fernando poderia ter se aproveitado do fato de ser desembargador para resolver a questão, mas preferiu argumentar”, observou.
Populares informaram ao magistrado que essa prática é comum na área onde o incidente ocorreu. “Pessoas que presenciaram a cena disseram já ter visto o mesmo guarda praticando ações semelhantes e, inclusive, realizando acordos com possíveis infratores”, revelou Uchôa, acrescentando que é preciso exigir a apuração do fato e levá-lo ao conhecimento do presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Ricardo Queiroz, e do prefeito do Recife, João Paulo (PT).