Onda de violência na RMR preocupa Moraes

Em 11/10/2000 - 00:10
-A A+

Onda de violência na RMR preocupa Moraes A onda de crimes que aterrorizam a sociedade colocou a capital pernambucana numa estatística indesejável: o Recife figura entre as cidades mais perigosas do Brasil. Ao avaliar a situação de “verdadeiro desespero a que está submetida a sociedade”, o deputado Antônio Moraes (PSDB) revelou preocupação diante de ocorrências graves como assaltos, assassinatos, seqüestros, ações criminosas cada vez mais ousadas.

Ele citou o episódio envolvendo o tesoureiro do Banco do Brasil em Boa Viagem, “fato que indica a verdadeira força do crime organizado: bandidos sob comando de elementos de São Paulo, portando armas privativas das Forças Armadas”.

O resgate de um preso num hospital foi outro caso grave lembrado por Antônio Moraes, quando bandidos subjugaram os PMs da escolta, fugindo e levando um assaltante. A violência não é privilégio do Recife e a televisão registrou a fuga de 93 presos liberados numa fulminante ação de marginais. Embora reconhecendo esforço do Governo Federal num plano geral de segurança, o parlamentar entende ser necessário fazer-se “mais, muito mais, com a injeção de recursos na política social na tentativa de reverter a situação”. Ele fez referência também à utilização de telefones celulares pelas quadrilhas, com ações dos bandidos comandadas pelos chefes, diretamente das prisões. E ponderou ainda que a polícia brasileira está inibida no combate à criminalidade, “porquanto enfrenta marginais com risco de vida, mas temerosos de matar um meliante e enfrentar o Ministério Público, responder inquéritos”.

Antônio Moraes louva esforços do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) no reaparelhamento do aparato policial, mas entende que “há muito ainda a ser feito”. Em aparte de apoio, o deputado Ranilson Ramos (PPS) demonstrou a apreensão dos pernambucanos, lamentando que a Imprensa não registre “todos os fatos como fazia no Governo Arraes”. Em tom irônico, sugeriu que Jarbas Vasconcelos utilizasse o dinheiro da venda da Celpe “para oferecer proteção e sossego às famílias”. (Antônio Azevedo)