João Paulo alerta para tempo quente nas ruas

Em 20/04/1999 - 00:04
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O deputado João Paulo (PT) alertou, ontem, que a semana inicia-se no clima de mobilizações de trabalhadores em defesa dos seus direitos e conquistas, estendendo as ações e reivindicações a diversos setores. “Temperatura morna na Assembléia Legislativa e tempo quente nas ruas. E altas temperaturas não apenas por causa do calor, mas porque os trabalhadores não estão dispostos a se render à ação dos neoliberais, cuja conseqüência é o agravamento da profunda crise social que assola Pernambuco e o Brasil”, completou o parlamentar.

Ao chamar a atenção para as manifestações programadas, ele fez referência a uma assembléia na área de educação, já em estado de greve desde 14 de abril. “Esta é mais uma das importantes categorias de servidores públicos que se mobiliza e vai à greve, após todo um processo de discussões com o Governo, sem serem atendidos. A reunião será esta tarde, às 14h, em frente à casa de Joaquim Nabuco”.

Alinhando a movimentação dos trabalhadores, João Paulo citou o Movimento dos Sem-Terra, hoje chegando a esta capital, dentro da programação da Marcha Nacional em Defesa da Pátria: “O MST traz para a Universidade, para as praças e, finalmente, para um ato em frente ao Palácio do Campo das Princesas, um debate sobre a submissão do País aos ditames do capital internacional e em defesa da reforma agrária”.

Na definição do parlamentar petista, as lutas dissipam uma cortina de fumaça usada para desviar as atenções dos problemas concretos que afligem a maioria da população, a qual tem na ação do Governo estadual um fator de aprofundamento. E nesse sentido, os trabalhadores sabem muito bem que seus problemas não serão resolvidos apenas com propostas de CPIs.

Ele advertiu, ainda, aos servidores, que o Governo estadual “quer contratar temporariamente; quer o fim dos qüinqüênios, colocando muita gente em disponibilidade; e impedir qualquer aumento salarial, destruindo a carreira e a valorização dos profissionais”.

João Paulo assegura que as “manobras” do Governo estadual visam implementar o programa político para colocar o Estado a serviço da iniciativa privada. Assim, o caminho será organizar a resistência, “transformando a indignação em mobilização social contra os interventores de FHC em Pernambuco e não permitir manobras ilusionistas, que buscam, na verdade, esconder a aliança política “entre Jarbas e FHC, um presidente que se está tornando o inimigo público nº l do povo brasileiro”.

Ao concluir, João Paulo advertiu que trabalhadores e vítimas das ações da turma de “ACM, FHC e Marco Maciel” farão o debate nas ruas, caso a Assembléia não cumpra seu papel, promovendo as discussões e colocando-se “contra os desmandos dos que temporariamente exercem a função de governar o Estado”. (Antônio Azevedo)