Comissão dá apoio às ações de Byron Sarinho

Em 16/04/1999 - 00:04
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No primeiro contato oficial com a Assembléia Legislativa, na última quarta-feira, o interventor de Jaboatão dos Guararapes, Byron Sarinho, foi sabatinado pelos deputados presentes à audiência promovida pela Comissão de Administração Pública. Byron recebeu apoio e solidariedade da maioria dos parlamentares, que reconhecem o “descalabro” das contas deixadas pela gestão passada e apostam na recuperação administrativa e financeira do município. No entanto, apesar de expressar crença “nas boas intenções do interventor” e revelar concordância com a intervenção, a deputada Malba Lucena (PSC) fez críticas a Sarinho e se disse “decepcionada” com o atual quadro em Jaboatão. A seguir, extratos do debate: Malba Lucena – Quais as providências tomadas pelo senhor para regularizar os problemas relativos à prestação de contas de 1997? Byron Sarinho – Essa prestação de contas foi a base do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e deu origem à proposta de intervenção no município.

Atualmente, seus 30 volumes encontram-se subjudice, para análise pelo Ministério Público. Embora seja desconfortável prestar contas de uma gestão anterior, vamos encaminhar ao TCE, até o final do mês, a documentação referente às contas de 1998.

Malba Lucena – Já que a intervenção foi motivada por irregularidades atribuídas às contas na gestão de Newton Carneiro, gostaria de saber os nomes das pessoas nomeadas pelo senhor na área de Contabilidade.

Byron Sarinho – Posso repassar esse detalhamento posteriormente, mas a resposta encaminhada a seu requerimento, pedindo informações sobre a exoneração e o preenchimento de cargos comissionados na Prefeitura, já traz a relação dos servidores nomeados até 10 de março, contendo nome, CPF, salário e cargo ocupado.

Fernando Lupa – Qual o comprometimento da arrecadação municipal com a folha de pagamento dos servidores, os cargos comissionados e o duodécimo da Câmara Municipal hoje e na época em que o senhor assumiu? Byron Sarinho – Da arrecadação mensal média de R$ 6,5 milhões, a Prefeitura de Jaboatão gastava cerca de R$ 4 milhões com pessoal (70%), valor que deve sofrer redução de 10% com o recadastramento dos servidores. Nossa meta é fixar esse gasto nos limites impostos pela Lei Camata. Os cargos comissionados significavam quase 50% da folha de pagamento, tendo absorvido cerca de R$ 1,8 milhão pelo último registro. Quanto ao Legislativo, o duodécimo consumia 16% do orçamento municipal, situando-se a última liberação em R$ 1,4 milhão. No mês passado, esses subsídios caíram para R$ 800 mil, levando a participação total a ser reduzida para 10%. Se uma lei federal que regula o duodécimo for aprovada, esperamos reduzir o percentual de liberação para a Câmara para 6%, o que daria algo em torno de R$ 400 mil.

Fernando Lupa – Algumas empreiteiras que prestaram serviços regulares em Jaboatão estão sem receber pagamento em função das irregularidades praticadas por empresas que desviaram recursos ou não executaram as obras. Qual a medida a ser adotada pela Prefeitura para contornar esse transtorno? Byron Sarinho – Tenho sido procurado por muitos credores honestos, mas, infelizmente, todos os contratos terão de passar pelo crivo da comissão que analisa a legalidade dos créditos. Três aspectos vão ser observados antes da liberação do pagamento: a documentação comprovando a origem e legitimidade do débito municipal; a realização efetiva da obra ou do serviço; e a adequação do custo do serviço ao valor médio do mercado. Embora todos sejam obrigados a passar por esse processo, poderemos interceder junto à comissão no sentido de se agilizar o pagamento dos créditos sadios.

Sérgio Leite – Qual a avaliação que o senhor faz da municipalização do trânsito e implementação de propostas estruturadoras em Jaboatão? Byron Sarinho – Considero positiva a idéia de municipalização do trânsito, mas o trabalho foi iniciado sem método. Ainda é preciso fazer o recadastramento dos taxistas, regulamentar a atuação dos transportes alternativos, como mototáxi, para melhorar a situação do tráfego no município. (Simone Franco)