Liberato alerta sobre risco de haver colapso por conta da falta d’água

Em 15/04/1999 - 00:04
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Se não chover nos próximos dias, haverá colapso total na Capital e em toda a Região Metropolitana, cujos mananciais estão bem abaixo dos limites desejados.

Esta preocupação foi ontem feita pelo deputado Roberto Liberato (líder do PL), ao avaliar sem rodeios a gravidade da prolongada estiagem que se abateu sobre o Estado.

Mesmo ressalvando as ações já iniciadas pelo governador Jarbas Vasconcelos com obras nas adutoras de Ipojuca, Arataca e Carpina, ao lado da perfuração de poços artesianos, Liberato insistiu que estamos “numa das maiores estiagens já vistas, afetando toda a economia regional, prejudicando pecuária e agricultura e deixando o nordestino até sem água para beber. “Nesse contexto, do Recife a Arcoverde, de Vitória a Serra Talhada, de Gravatá e Belo Jardim, a seca afeta Agreste e Sertão de Pernambuco”.

Embasando sua advertência, Roberto Liberato citou Caruaru, em fase absolutamente crítica, com todas as barragens literalmente vazias, restando apenas as barragens dos distritos de Serra dos Cavalos e a do Rio da Prata, atualmente com 2.900.000 metros cúbicos de água, suficiente para atender Caruaru por somente dois meses. “Tanto que o sistema de fornecimento passou a quatro dias com água e 12 sem água. Se a coisa continuar a Compesa já estuda, através do engenheiro Antônio Liberato, intensificar o racionamento para acima de 20 dias sem água”, adiantou, prevendo que se até julho realmente não chover, água somente via carros-pipa, “o que será uma decisão duríssima para a população”.

Se o quadro piorar, de acordo com o parlamentar, Caruaru voltará a enfrentar a crise de 93/94, quando recorreu a 48 viaturas. Diante da difícil situação, Roberto Liberato apelou para que o Governo do Estado prossiga nas ações administrativas já iniciadas, com carros-pipa e perfuração de poços, e sugere ao deputado federal Tony Gel que trabalhe em Brasília pela liberação de recursos do Orçamento Geral da União, permitindo conclusão das obras ligando a adutora de Jucazinho a Caruaru. Ali estão acumulados 20 milhões de metros cúbicos de água. “Quando há vontade política, as soluções para os problemas começam a ser encaminhados”, acredita o parlamentar. (Antônio Azevedo)