A Assembléia Legislativa de Pernambuco pode instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias do deputado Henrique Queiroz (PPB) contra o síndico da Usina Catende, Mário Borba. De acordo com o parlamentar, as várias ações feitas pelo síndico com o dinheiro público justificam o pedido.
Ele já tem as assinaturas necessárias para a abertura da CPI.
“Em quatro anos do Governo Arraes, o prejuízo acumulado da usina foi de mais de R$ 17 milhões. O síndico não honrou a confiança do Governo, que teve seu nome indevidamente usado nas maracutaias feitas pelo senhor Mário Borba”, salientou Queiroz. Para ele, esse prejuízo demonstra que a usina não está sendo bem administrada.
Mas o deputado ainda apontou algumas irregularidades cometidas pelo síndico: devastação da Mata Atlântica; doação de maquinaria da usina para outra particular; e o não-pagamento de ICMS e FGTS nos últimos anos. “Este último é o crime maior, o da apropriação indébita. Podemos dizer que o síndico roubou dinheiro dos trabalhadores rurais”, acusou Henrique Queiroz.
O deputado apresentou um dossiê com toda a documentação que, segundo ele, comprova as irregularidades na administração da Usina Catende. “Não é uma CPI para tratar de assuntos de Governo, mas para defender o patrimônio de uma cidade. É pela moralidade da utilização de recursos públicos”, acentuou.
Os deputados Roberto Liberato (PL) e Eudo Magalhães (PFL) concordaram com o pedido de Queiroz, ressaltando que as ações do síndico precisam ser apuradas. O líder do PSB, Pedro Eurico, contestou a informação de que o síndico havia sido indicado por Arraes (“síndico de massa falida quem indica é a Justiça”). Ele salientou que o requerimento de Queiroz precisa deixar claro seu objetivo.
(Marconi Glauco)