O interventor de Jaboatão dos Guararapes, Byron Sarinho, levantou a discussão sobre as expectativas que políticos e jornalistas têm um do outro, no último dia do Seminário Nacional “O Político e a Imprensa”, promovido pela Assembléia Legislativa de Pernambuco, em parceria com a Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP). O evento, que atraiu centenas de estudantes de jornalismo, teve início na sexta-feira (9) e encerrou-se ontem. O tema abordado pelo interventor foi “A Imprensa e a Política: A Democracia Brasileira”.
Para Byron, essas expectativas mútuas entre a classe política e a Imprensa são muitas vezes equivocadas, na medida que alguns políticos ainda têm uma visão distorcida do trabalho do jornalista e esse, por sua vez, sempre espera por fatos que produzam impacto na sociedade.
“Não podemos transformar a Imprensa numa agência de propaganda. Portanto, alguns políticos precisam entender que não se pode exigir de jornalistas a cobertura de todas as ações realizadas por eles”, pregou o interventor, considerando como outro “equívoco” a interferência de políticos junto aos meios de comunicação.
Para destacar a importância do trabalho da Imprensa, Byron Sarinho citou, como exemplo, a cobertura que vem sendo dada à intervenção naquele município. “O trabalho tem sido extraordinário, embora alguns jornalistas também precisem compreender que a política é um processo demorado e nem sempre temos fatos que rendam manchetes”, frisou.
O interventor de Jaboatão dos Guararapes também advertiu os estudantes de jornalismo para o sensacionalismo e a leviandade com que certos veículos de comunicação tratam as denúncias. Ele lembrou o caso da Escola Base, em São Paulo, cujos proprietários tiveram suas vidas destruídas em função de acusações nunca comprovadas.
Byron Sarinho criticou, ainda, a concentração de veículos de comunicação por um mesmo empresário. “Há países onde essa prática é regulamentada e, no Brasil, já existem emendas constitucionais tramitando no Congresso Nacional com esse objetivo”, informou o interventor. Na opinião dele, tal concentração de poder da mídia contribui para que informações cheguem à sociedade de forma distorcida.
Byron finalizou sua exposição, afirmando que “as atividades política e jornalística são pilares construtores de democracia e avançam, cada vez mais, com a consciência da cidadania”. (Cláudia Lucena)