O vice-governador do Estado, Mendonça Filho (PFL), outro expositor sobre o tema “Os políticos nordestinos no cenário nacional”, lamentou a ausência de políticos da região no comando da economia do País. “Apesar de termos figuras de expressão no campo político, o mesmo não acontece no cenário econômico, dominado, em sua maioria, por representantes oriundos do eixo Centro-Sul”, criticou Mendonça Filho.
É com base nessa constatação da ausência de políticos nordestinos no cenário econômico nacional que Mendonça Filho justifica a pobreza da região. “Apesar disso, temos grandes nomes ocupando o parlamento brasileiro e podemos dizer que o poder político do Nordeste é amplamente exercido nacionalmente, independentemente de partidos”, afirmou o vice-governador, ressaltando, entre outros, os nomes dos senadores Antônio Carlos Magalhães e Roberto Freire.
Em sua exposição, Mendonça Filho reportou-se à história recente da República brasileira, desde sua formação, no fim do século passado. Na opinião dele, a Velha República, onde predominou a chamada “Política do Café com Leite” (domínio exercido por políticos de São Paulo e Minas Gerais, que se revezavam no poder) não pode ser tida como exemplo de democracia. “Nesse período, o que valia era a forte presença dos coronéis políticos, que promoviam eleições viciadas e a população não exercia seus direitos”, frisou.
Até abordar assuntos que remetem aos dias atuais, o vice-governador Mendonça Filho também falou sobre o período do Estado-Novo (1937/1946), do presidente Getúlio Vargas, que, segundo ele, aniquilou o exercício pleno da democracia.
Mendonça lembrou, ainda, o restabelecimento democrático, entre os anos de 46 a 64. Para o vice-governador, essa foi a época em que o Brasil viveu um dos períodos mais férteis da democracia, logo destruída pelo golpe militar de 64, que iniciou uma fase de repressão que duraria 15 anos. (Cláudia Lucena)