
PROJETO – Iniciativa da Comissão de Defesa da Mulher trará grupos de mulheres de diferentes regiões do Estado para conhecer o Poder Legislativo com o propósito de incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política. Foto: Kerol Correia
A Assembleia Legislativa apresentou, nesta quinta (15), a Ação Formativa Mulheres na Tribuna – Adalgisa Cavalcanti. O evento em que foi lançada a iniciativa foi também palco de homenagens e de manifestações de indignação com a morte da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada a tiros nessa quarta (14). A polícia do Rio de Janeiro investiga a hipótese de que a parlamentar e militante de direitos humanos tenha sido executada.
Ao lançamento da ação formativa compareceram ocupantes de cargos eletivos, gestoras públicas e integrantes de movimentos de mulheres em Pernambuco. O projeto quer incentivar a igualdade de gênero e a participação feminina na política.
A presidente da Comissão de Defesa da Mulher e idealizadora da iniciativa, deputada Simone Santana (PSB), lamentou que o dia, que seria de celebração, tenha se iniciado com a notícia da morte da vereadora. A parlamentar, no entanto, lembrou que, unidas, as mulheres terão força para se fazer ouvir nos espaços de decisão. “Ações como esta da Alepe são um avanço, pois promovem a possibilidade aumentar a representatividade política das mulheres”, pontuou.
A deputada Teresa Leitão (PT) ressaltou que “é nos espaços de poder que se define a nossa vida, por isso temos de disputá-los”. Secretária estadual da Mulher, Sílvia Cordeiro considerou que, com a ação, a Assembleia assume a missão de levar mais representantes femininas até as instâncias de poder. “As Marielles vão se multiplicar”, projetou.
Secretária especial de Políticas para Mulheres de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, Bianca Pinho Alves sublinhou o simbolismo da ocasião: “Calaram uma de nós. Mas, nesse mesmo dia, a Alepe abre o microfone para milhares de outras”. Líder nacional do Movimento Mulheres Socialistas, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Dora Pires alertou sobre a necessidade de proteção para quem atua na vida pública. “Executaram uma mulher empoderada, cuja luta ecoou no Parlamento. Mas e as outras? Temos de abrir os olhos.”
Vereadora em Lajedo, no Agreste, Mônica Silva advertiu que, também em municípios do Interior, há hostilidades em razão da participação feminina nos espaços públicos. A situação, avaliou, pode ser enfrentada a partir da articulação entre as próprias mulheres. “A morte da vereadora no Rio de Janeiro vem para que todas façamos uma reflexão sobre o que pode acontecer contra nós ou sobre como, a depender da nossa luta, podemos evitar que isso aconteça.”
A Ação Mulheres na Tribuna – Adalgisa Cavalcanti trará, mensalmente, grupos de mulheres de diferentes regiões do Estado para conhecer a estrutura do Poder Legislativo. As participantes irão acompanhar os trabalhos na Casa, conduzir discussões sobre relações de poder e receber aulas de oratória e de técnicas de comunicação.