Isaltino Nascimento repercute vazamento de diálogos de Moro com procuradores da Lava Jato

Em 10/06/2019 - 18:06
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ANÁLISE - Para o parlamentar, conteúdos mostram “que o atual ministro da Justiça não manteve a imparcialidade devida enquanto magistrado”. Foto: Jarbas Araújo

ANÁLISE – Para o parlamentar, conteúdos mostram “que o atual ministro da Justiça não manteve a imparcialidade devida enquanto magistrado”. Foto: Jarbas Araújo

A publicação de diálogos entre o então juiz federal Sérgio Moro, o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol e outros membros da força-tarefa da Operação Lava Jato foi repercutida no Plenário da Alepe pelo deputado Isaltino Nascimento (PSB), na reunião desta segunda (10). O parlamentar avaliou que as revelações da série de reportagens do site The Intercept mostram “que o atual ministro da Justiça não manteve a imparcialidade devida enquanto magistrado”.

“Sabemos o quanto a Lava Jato influiu nas eleições do ano passado. Agora vemos denúncias sérias. O processo foi viciado e Sérgio Moro teve uma condução do caso que não foi condizente com a democracia brasileira”, observou. “É o maior escândalo da República brasileira. Esperamos da Câmara dos Deputados e do Senado medidas drásticas para obter mais informações sobre o submundo que movimentou as eleições de 2018”, declarou Nascimento.

No Plenário, ele reproduziu os detalhes do caso e análises publicadas na imprensa. “Aqueles que se contrapunham à Lava Jato chegaram a ser vistos como pessoas que não pensam no País. Estamos vendo agora como esse processo foi conduzido de fora do Brasil: Sérgio Moro recebeu treinamento do governo americano para destruir o parque industrial brasileiro”, afirmou o parlamentar socialista.

Quatro deputados se manifestaram sobre o caso em apartes. Para Waldemar Borges (PSB), “ficou claro que a operação estava muito mais concentrada em um objetivo político do que na ideia de passar o Brasil a limpo, revertendo práticas históricas e reprováveis de corrupção”. “Precisamos combatê-las, mas não com posturas que envergonham a magistratura e o Ministério Público”, avaliou.

Por sua vez,  Doriel Barros (PT) observou que, se confirmadas as denúncias, fica provado que houve “uma intervenção direta no curso da democracia do País, que deu a eleição a Bolsonaro”. “Foi um crime cometido por eles.  Moro e Dallagnol deveriam ser presos, pois não podem estar acima da lei”, acredita. João Paulo (PCdoB) e José Queiroz (PDT) também condenaram as posturas de Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato reveladas na série de reportagens.