
OPINIÃO – “O resultado representa uma importante vitória de todos nós que defendemos o fortalecimento das nossas estatais e do sistema elétrico.” Foto: Roberto Soares
Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, o deputado Lucas Ramos (PSB) comemorou, nesta quarta (23), durante a Reunião Plenária, a decisão da Câmara dos Deputados de arquivar a Medida Provisória 814/2017, que estabelece mudanças no setor de energia elétrica. Agora, a proposição, que autoriza a privatização da Eletrobras e de suas subsidiárias, só poderá tramitar em forma de projeto de lei.
Para Ramos, o arquivamento mostra que a mobilização da população, as audiências públicas e o debate sobre as consequências da venda da Chesf serviram para que o assunto fosse tratado com mais respeito e participação da sociedade. “A pressão surtiu efeito. O resultado representa uma importante vitória de todos nós que defendemos o fortalecimento das estatais e do sistema elétrico”, salientou.
O deputado ressaltou que o grupo de trabalho que preside foi o primeiro instalado no Brasil, tendo realizado visitas técnicas e 12 audiências públicas no Nordeste. “Essa iniciativa do desgoverno Temer em vender o nosso patrimônio é tão grande que querem colocar na prateleira uma companhia cujo valor de mercado está estimado em R$ 400 bilhões por menos de 5% desse montante. sem qualquer discussão com a sociedade”, emendou. Ele registrou que a Chesf terminou o ano de 2017 com mais de R$ 1 bilhão de superávit.
Segundo o parlamentar, na última sexta (18), governadores do Nordeste e de Minas Gerais participaram de um ato contra a privatização da Eletrobras no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco. “Nas audiências e nos atos públicos que promovemos, nenhum representante da União compareceu para defender a proposta. Um desrespeito que deixa explícita a insegurança do Governo Federal em abordar o tema”, frisou.
Em aparte, o Odacy Amorim (PT), que integra a Frente Parlamentar, reforçou as críticas ao projeto. “A Chesf hoje está quitada, e depois que o povo passou mais de duas décadas pagando a hidrelétrica, se decide que quer vender?”, questionou o petista, defendendo que, após a suspensão da privatização, eleja-se um projeto de governo que interrompa a política de privatização do patrimônio brasileiro.