O coordenador da Frente Parlamentar de Trânsito e Transporte da Assembleia Legislativa, deputado Eduíno Brito (PHS), acompanhado dos deputados José Humberto Cavalcanti (PTB) e Ricardo Costa (PMDB), visitou, nesta segunda (8), o setor de emergência do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Recife. O propósito do grupo era verificar como e o quanto o setor público de saúde do Estado vem sendo demandado por vítimas de acidentes de moto, o que já pôde ser observado na primeira ala de enfermaria visitada: das seis pessoas internadas, cinco foram acidentadas ao conduzir uma motocicleta.
Um destes pacientes era Adriano de Souza, que teve sua perna direita amputada em virtude de um choque com outro veículo. Ele explicou que a ocorrência foi há mais de dois anos, mas que as consequências do acidente são sofridas ainda hoje. “Voltei ao hospital nesta semana com dores no braço direito. Em questão de segundos, no dia do acidente, a minha vida mudou”, confessou.
De acordo com o diretor-geral do HGV, Gustavo Leão, mais da metade dos pacientes recebidos pela unidade são, assim como Adriano, motociclistas. Para ele, o Poder Público precisa estar atento a esta realidade, pois ela está intimamente ligada com a qualidade do serviço de saúde oferecido à população. “Diminuindo o número de feridos com acidentes de motos, os quais são muitas vezes evitáveis, conseguiríamos dar uma melhor assistência a pacientes com outros tipos de enfermidades”, afirmou Leão.
O coordenador do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), João Veiga, acredita que esta realidade só poderá ser transformada com o fortalecimento da fiscalização. “A única maneira de diminuir esta tragédia que acomete hoje nossa sociedade é fiscalizar para coibir abusos. Felizmente, agora podemos contar com esta Frente Parlamentar para reforçar nossas ações”, afirmou. Veiga informou, no entanto, que, com base nos três primeiros meses deste ano, a perspectiva para 2015 é que o número de acidentes no Estado envolvendo motos cresça cerca de 6%.
Para Eduíno Brito, a sociedade precisa estar consciente de que, além da perda de vidas humanas, este tipo de acidente provoca um grande prejuízo à saúde pública e à previdência social. “Pretendemos fazer visitas a outras unidades hospitalares para colhermos informações que sensibilizem as autoridades competentes. Nossa sugestão é a criação de um gabinete de crise, liderado pelo governador, para acompanhar diuturnamente essas ocorrências”, concluiu.