
PROJETO DE RESOLUÇÃO 3046/2022
Concede a Medalha Joaquim Nabuco, classe ouro, ao conjunto instrumental-vocal Quinteto Violado, nos termos da Resolução nº 809, de 14 de maio de 1968.
Texto Completo
Art. 1º Fica concedida a Medalha Joaquim Nabuco, classe ouro, ao conjunto instrumental-vocal Quinteto Violado, nos termos da Resolução nº 809, de 14 de maio de 1968.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.
Justificativa
O Quinteto Violado é um conjunto instrumento-vocal formado em 1970 na Cidade do Recife que se caracterizou pela interpretação de músicas nordestinas e a realização de pesquisas sobre o folclore brasileiro. Sua formação inicial contava com Toinho, Antônio Alves, natural de Garanhuns, Marcelo Cavalcante Melo, natural de Campina Grande, na Paraíba, Fernando Filizola, natural de Limoeiro, Luciano Pimentel, também natural de Limoeiro, e Sando, Alexandre Johnson dos Anjos, natural de Garanhuns. Apresentaram-se pela primeira vez, ainda sem ostentar o nome pelo qual ficaram conhecidos, em janeiro de 1970 na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco; já no ano seguinte apresentaram-se no Teatro de Nova Jerusalém (Fazenda Nova-PE), quando foram chamados “os violados”, dando origem ao nome “Quinteto Violado” pelo qual são conhecidos até hoje. De 50 anos para cá, o grupo já teve 15 integrantes. Da formação original, continua apenas Marcelo Melo (voz e violão). Apesar disso, a atual banda é experiente: o flautista Ciano Alves faz parte do Quinteto Violado desde 1979 e o mais novo dos músicos, o contrabaixista Sandro Lins, ingressou há mais de dez anos. Dudu Alves (tecladista e arranjador) e Roberto Medeiros (percussionista) são os outros dois integrantes. Dudu é um herdeiro da história e do som do grupo; ele é filho de Toinho Alves, contrabaixista que foi um dos fundadores, falecido em 2008, aos 65 anos.
São mais de 50 anos de uma trajetória de sucesso cantando e divulgando para o Brasil e para o mundo a cultura nordestina, as artes e fazeres da nossa terra, do nosso Pernambuco. Tamanha dedicação rendeu ao grupo diversas homenagens, como por exemplo o Troféu Noel Rosa (1974), concedido pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo como Melhor Conjunto Instrumental do Brasil, a Medalha de Mérito da Fundação Joaquim Nabuco (1991), o Título de Melhor do Ano (1993), concedido pela Rádio Clube de Pernambuco, a Medalha do Mérito José Mariano (1997), concedida pela Câmara Municipal do Recife, o Título de “Memória Viva do Recife” (1997, concedido pelo Museu da Cidade do Recife, o Troféu Cultural Cidade do Recife (1998), o Troféu “Anum de Ouro” (2009), concedido pela Prefeitura de Garanhuns-PE, o Troféu “O Melhor de Pernambuco” (2010, 2011 e 2013), concedido pela ACINPE e a Ordem do Mérito Cultural (2011), concedida pelo Ministério da Cultura. O conjunto também tem participação carimbada nas premiações musicais brasileiras e internacionais, tendo sido indicado ao “Prêmio da Música Brasileira” (antigo Prêmio Sharp, Prêmio Caras e Prêmio TIM de Música) nos anos de 1992, 1996, 2010, 2011, 2012 e 2014 e ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras, com o CD “Quinteto canta Gonzagão”, no ano de 2014.
Uma das bandas mais antigas em atividade no país, o Quinteto destaca-se pela representação da cultura pernambucana, como bem sintetizou o jornalista e escritor José Teles na sua obra “Lá Vêm os Violados – os 50 anos de Trajetória Artística do Quinteto Violado”, “na música brasileira, o Quinteto Violado tem importância equivalente a Chico Science & Nação Zumbi (banda formada no Recife no começo da década de 1990), à época em que foram criados. Eles levaram para fora do Estado ritmos como a ciranda e o cavalo marinho. No rastro do Quinteto surgiram muitos grupos como a Banda de Pau e Corda e o Concerto Viola, em Pernambuco, e o Bolo de Feira, de Sergipe”. Desde sua criação o Quinteto arranca elogios de nomes consagrados da música brasileira, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e o saudoso Luiz Gonzaga, que considerou o arranjo do Quinteto como o mais lindo que vira até então para a sua canção Asa Branca.
Diante de todo o exposto, cabe a esta Assembleia Legislativa juntar-se às tantas entidades que renderam homenagens ao Quinteto Violado, reconhecendo assim sua importância para a cultura e memória pernambucanas, conferindo ao conjunto sua maior honraria, a Medalha Joaquim Nabuco, classe ouro.
Histórico
Priscila Krause
Deputada
Informações Complementares
Status | |
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Situação do Trâmite: | AUTOGRAFO_PROMULGADO |
Localização: | SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD) |
Tramitação | |||
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1ª Publicação: | 02/02/2022 | D.P.L.: | 18 |
1ª Inserção na O.D.: |
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Tipo | Número | Autor |
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Parecer FAVORAVEL | 8885/2022 | Mesa Diretora |