Brasão da Alepe

PROJETO DE LEI ORDINÁRIA 1497/2020

Adota Dona Santa como patrona dos Maracatus de Baque Virado (Maracatus Nação) de Pernambuco.

Texto Completo

          Art. 1º Fica declarada Maria Júlia do Nascimento de Araújo (Dona Santa) como patrona dos Maracatus de Baque Virado (Maracatus Nação) de Pernambuco.


          Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Autor: Isaltino Nascimento

Justificativa

Dona Santa é o nome carinhoso de Maria Júlia do Nascimento a rainha dos maracatus recifenses. Do pátio de Santa Cruz, no Recife, fez sua estreia no mundo aos 25 de março de 1887, onde deu seus primeiros passos na congada, uma típica dança africana e se ambientou com o carnaval de troças como Miçangueira e Verdureira. 

O reinado no maracatu veio cedo, primeiro no Maracatu Leão Coroado, passando pela fundação da Troça Carnavalesca Mista Rei dos Ciganos, hoje conhecido como Maracatu Porto Rico do Oriente e, por fim, sendo consagrada a rainha do Maracatu Elefante, onde seu nome brilha na eternidade.

Santinha, como era também chamada, tinha a malemolência e o gingado dos ritmos africanos no seu DNA, herdados dos seus pais e avós. Casou-se com João Vitorino no tempo em que reinava no Leão Coroado. Sua majestade, porém, acompanhara seu esposo quando ele foi eleito rei do Maracatu Elefante, apontado como o mais antigo dos maracatus brasileiros ainda em atividade, fundado em 15 de novembro de 1800, após uma dissidência havida no Maracatu Brilhante.

Seu reinado no Maracatu Elefante durou 16 anos, a época de ouro da agremiação, sendo, contudo, coroada apenas após o falecimento de João Vitorino, em 27 de fevereiro de 1947. Tradicionalmente, o Elefante saia às ruas nas segundas-feiras de carnaval, onde Dona Santa embelezava Recife, trajando-se de vestidos de realeza, à moda do século XIX, composto de uma harmoniosa mistura de tecidos como cetim, seda, veludo, bordados, miçangas, lantejoulas, fios dourados, acompanhados sempre de seu espadim de metal para dar bênçãos aos súditos. Não lhe faltava o cetro, a coroa e a capa de gola alta, nos pés, elegantes saltos finos, além de todos os adornos dignos de sua majestade, como brincos, anéis, pulseiras e broches. No visual, imperavam as cores verde amarelo, azul e branco. Nada mais brasileiro e africano ao mesmo tempo.

Dona Santa viveu até os 85 anos, deixando órfão o carnaval e os maracatus em 1965, mas seu legado sobrevive ao tempo. Parte de sua história encontra-se preservada no Museu do Homem do Nordeste.
 

Histórico

[06/09/2022 17:15:20] AUTOGRAFO_PROMULGADO
[09/09/2020 15:15:45] ENVIADO P/ SGMD
[10/09/2020 15:50:58] ENVIADO PARA COMUNICA��O
[10/09/2020 16:56:49] DESPACHADO
[10/09/2020 16:56:59] EMITIR PARECER
[10/09/2020 16:57:16] ENVIADO PARA PUBLICA��O
[11/09/2020 14:13:40] PUBLICADO
[14/08/2020 22:06:21] ASSINADO
[19/11/2020 13:15:08] EMITIR PARECER
[19/11/2020 17:09:24] AUTOGRAFO_CRIADO
[19/11/2020 17:10:21] AUTOGRAFO_ENVIADO_EXECUTIVO
[26/11/2020 20:52:47] AUTOGRAFO_TRANSFORMADO_EM_LEI

Isaltino Nascimento
Deputado


Informações Complementares

Status
Situação do Trâmite: AUTOGRAFO_PROMULGADO
Localização: SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD)

Tramitação
1ª Publicação: 11/09/2020 D.P.L.: 9
1ª Inserção na O.D.:




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