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PROJETO DE LEI ORDINÁRIA 1389/2020

Declara Ana Leopoldina Santos, Ana das Carrancas, como Patrona da Arte Ceramista de Pernambuco.

Texto Completo

     Art. 1º Fica Ana Leopoldina Santos, Ana das Carrancas, declarada Patrona da Arte Ceramista de Pernambuco.

     Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Autor: Antonio Coelho

Justificativa

     Ana Leopoldina Santos, Ana das Carrancas, nasceu em 1923, no distrito de Santa Filomena, município de Ouricuri, Araripe Pernambucano. Faleceu em 2008, em Petrolina, Vale do São Francisco, Sertão do Estado.

     A sua infância tinha o barro como principal atrativo para suas brincadeiras. Aos sete anos de idade começou a fazer panelas, potes, brinquedos, boi-zebus, cavalinhos e santos para a lapinha, para ajudar a sua mãe, que há muito tempo confeccionava utensílios de barro e vendia na feira, para garantir o sustento da família.

     Devido às intempéries das secas que tanto interrompiam sonhos dos sertanejos em sua terra natal, mudou-se para a cidade de Petrolina, em busca de melhoria de vida. Por ser devota de São Francisco das Chagas e Padre Cícero, pediu a esses Santos que lhes mostrassem uma forma de sobreviver com dignidade.

     No dia seguinte, foi até o Rio São Francisco buscar barro para fazer panelas. Diante da imensidão das águas, sentiu uma forte inspiração, ao ver as carrancas de madeira multicoloridas das barcaças que bailavam às margens do Velho Chico. Ainda no rio confeccionou sua primeira carranca de pequeno tamanho. Levou-a para casa, onde todos gostaram e aprovaram a idéia. Daí em diante, além dos potes, das panelas e jarras que já fazia, passou a confeccionar carrancas de barro em grande quantidade.

     Ana das Carrancas declarava que o processo para a confeccão das peças de barro era trabalhoso, desde a retirada do barro no leito do rio, a meio metro de profundidade, passando pelo cozimento, a curtição que dura três dias, o amassamento e por fim a modelagem. É um trabalho que exige muito amor e dedicação do artesão. As obras de arte de Ana das Carrancas são peças de aspectos tipicamente ribeirinhos, criadas no estilo próprio da artesã, com formas simples, primitivas e com um detalhe importante: possuem os olhos vazados, em homenagem ao marido, José Vicente, que é cego, e sempre participou ativamente de seus trabalhos, fazendo os bolos de barro para a confeccão das peças.

     A artista fez da produção de carrancas o seu mundo, e teve a oportunidade de participar de feiras e exposições em vários estados brasileiros. As suas peças são reconhecidas e elogiadas internacionalmente, principalmente na Europa.

     Ana das Carrancas faleceu em 1º de outubro de 2008, na cidade de Petrolina, Pernambuco. O seu legado na cultura não se resume a sua vida em Petrolina e a inspiração religiosa que a fez a artista, mas tem o caráter do sertanejo que é, antes de tudo um forte. Que diante das mais adversas condições, se reinventa, se torna único, se torna grande, tal qual sua fé, tal qual seu rio, meu rio, nosso Rio São Francisco.

     Solicito dos Nobres Pares o apoio para a aprovação deste Projeto de Lei.

Histórico

[01/10/2020 12:50:57] EMITIR PARECER
[02/10/2020 13:02:01] AUTOGRAFO_CRIADO
[02/10/2020 13:02:32] AUTOGRAFO_ENVIADO_EXECUTIVO
[05/08/2020 16:51:51] ASSINADO
[05/08/2020 16:52:03] ENVIADO P/ SGMD
[06/08/2020 11:36:33] ENVIADO PARA COMUNICA��O
[06/08/2020 17:28:45] RENUMERADO
[06/08/2020 17:29:07] DESPACHADO
[06/08/2020 17:29:28] EMITIR PARECER
[06/08/2020 19:47:50] ENVIADO PARA PUBLICA��O
[06/09/2022 16:56:10] AUTOGRAFO_PROMULGADO
[07/08/2020 16:57:54] PUBLICADO
[09/10/2020 10:19:28] AUTOGRAFO_TRANSFORMADO_EM_LEI

Antonio Coelho
Deputado


Informações Complementares

Status
Situação do Trâmite: AUTOGRAFO_PROMULGADO
Localização: SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD)

Tramitação
1ª Publicação: 07/08/2020 D.P.L.: 26
1ª Inserção na O.D.:




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