
Concede a Medalha Comemorativa do Bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817 ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano IAHGP.
Texto Completo
Art. 1º Fica concedida ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico
Pernambucano IAHGP, a Medalha Comemorativa do Bicentenário da Revolução
Pernambucana de 1817, nos termos que dispõe a Resolução nº 1309, de 18 de
agosto de 2015.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.
Pernambucano IAHGP, a Medalha Comemorativa do Bicentenário da Revolução
Pernambucana de 1817, nos termos que dispõe a Resolução nº 1309, de 18 de
agosto de 2015.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.
Autor: Waldemar Borges
Justificativa
O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) é o
grande guardião da memória da Revolução de 1817. Documentos de época, retratos
e objetos dos participantes fazem parte do seu acervo. O IAHGP foi fundado em
1862. Seus idealizadores tinham dois objetivos principais. O primeiro era
produzir conhecimento histórico sobre o passado da província a partir de um
ponto de vista pernambucano, ressaltando os grandes feitos aqui realizados,
alguns deles, acontecimentos que eram interpretados de forma negativa pela
historiografia oficial do Império do Brasil. O segundo era lutar contra a
indiferença e a ignorância reinantes entre a população de Pernambuco (mesmo
entre as camadas mais abastadas) sobre o passado do Leão do Norte.
Com estes alvos em mente, os pioneiros da iniciativa começaram a articular a
formação de uma associação cultural aos moldes do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, que havia sido fundado em 1838. O grupo era capitaneado
por Joaquim Pires Machado Portela e incluía ainda Salvador Henrique de
Albuquerque, José Soares de Azevedo, Antônio Vitrúvio Pinto Bandeira Acioli e
Vasconcelos e Antônio Rangel Torres Bandeira. A data escolhida para a fundação
foi o dia 28 de janeiro, em referência à data que assinala a entrada triunfal
dos luso-pernambucanos no Recife, após a definitiva rendição dos holandeses em
1654. Seu primeiro presidente foi o Monsenhor Francisco Muniz Tavares,
participante e historiador da Revolução Pernambucana de 1817.
A associação surgiu inicialmente com o nome de Sociedade Arqueológica
Pernambucana, substituído meses depois por Instituto Arqueológico e Geográfico
Pernambucano. O termo arqueológico tinha naquele momento um significado mais
amplo do que aquele que lhe damos na atualidade. Englobava o conhecimento do
passado e das antiguidades como um todo, reunindo todas as técnicas, fontes e
saberes necessários para isso. Pernambuco, apesar de ter sido o cenário de
alguns dos lances mais significantes da formação histórica do Novo Mundo,
desconhecia até então muitos fatos e locais de importância do seu passado. Essa
ignorância se tornara patente durante a visita do Imperador Pedro II em 1859.
Sempre curioso, o monarca havia inquirido por vários acontecimentos e sítios
históricos relacionados aos combates contra os holandeses. Obteve respostas
evasivas ou incorretas quando não simplesmente inventadas o que lhe deixou
uma impressão negativa.
Para corrigir essa falta e ao mesmo tempo estimular novos estudos que
permitissem respostas acuradas e cientificamente embasadas para muitas questões
de importância histórica, era necessário reunir as fontes e os vestígios do
passado. Desde o início de sua existência, o Instituto Arqueológico se afirmou
como um local de convergência de tudo o que pudesse ser empregado para melhor
conhecer o passado de Pernambuco. Dessa forma, por iniciativa de particulares
ou de instituições, milhares de documentos, livros, imagens, quadros, mapas,
moedas, fósseis e objetos os mais diversos foram sendo depositados sob a guarda
do Arqueológico. Este enorme acervo deu também ao Museu, que desde 1866 está
aberto ao público em geral.
Por seu pioneirismo como centro de estudos históricos na então província, o
IAHGP recebeu uma grande quantidade de documentos oriundos de várias
instituições públicas, como por exemplo, as Atas da Câmara do Recife e os
ofícios da Presidência da Província. Ainda no século XIX, recebeu os fundos
documentais da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC) copiados por
José Hyginio Duarte Pereira na missão de resgate documental financiada pela
Assembleia Provincial. Trata-se do mais importante fundo arquivístico sobre o
Brasil Holandês. Já no século XX, Mário Melo e Orlando Cavalcanti, entre
outros, enriqueceram ainda mais a coleção de documentos históricos com a
aquisição na Europa de papéis de interesse para Pernambuco.
No final do século XX, o IAHGP recebeu a guarda de mais de cem mil processos
oriundos do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Esse material inclui processos
criminais, de falência e inventários que cobrem uma cronologia que vai de
meados do século XVIII a meados do século XX. Uma parte dos processos de
inventário tem sido acondicionada e disponibilizada com apoio financeiro da
Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). No
conjunto, toda esta documentação alcança mais de 1000 metros lineares. Centenas
de pesquisadores a consultam anualmente, e de seus fundos surgiram ensaios,
textos literários, dissertações, teses e livros que lançaram novas luzes sobre
antigos fatos da nossa história. A produção historiográfica do IAHGP foi
veiculada através de sua Revista. Ela circula desde 1863, sendo um dos mais
tradicionais periódicos de história do Brasil. Atualmente, em virtude de
determinação contida na Constituição Estadual, é impressa pela Companhia
Editora de Pernambuco CEPE.
Ao longo de seus 155 anos de existência, o IAHGP reuniu em seu quadro social
figuras de proa da cultura pernambucana. Podemos destacar, correndo o risco de
cometer injustas omissões, os nomes do Mons. Francisco Muniz Tavares, José
Hygino Duarte Pereira, Pereira da Costa, Alfredo de Carvalho, Oliveira Lima,
Mário Melo, Mauro Mota, Nilo Pereira e José Antônio Gonsalves de Mello, entre
muitos outros. Entre os seus presidentes figuraram o Arcebispos de Olinda e
Recife: D. Luís Raimundo da Silva Brito.
Portanto, a partir deste Projeto de Resolução, pretendemos homenagear quem
sempre testemunhou a história do nosso estado, assegurando a memória e
transferência de conhecimento de valor inestimável às futuras gerações,
auxiliando diretamente o que diz respeito ao engrandecimento do nome de
Pernambuco, fomentando a difusão das mais diversas informações geográficas e
culturais.
Perante o exposto, solicito aos ilustres colegas a aprovação deste Projeto de
Resolução.
grande guardião da memória da Revolução de 1817. Documentos de época, retratos
e objetos dos participantes fazem parte do seu acervo. O IAHGP foi fundado em
1862. Seus idealizadores tinham dois objetivos principais. O primeiro era
produzir conhecimento histórico sobre o passado da província a partir de um
ponto de vista pernambucano, ressaltando os grandes feitos aqui realizados,
alguns deles, acontecimentos que eram interpretados de forma negativa pela
historiografia oficial do Império do Brasil. O segundo era lutar contra a
indiferença e a ignorância reinantes entre a população de Pernambuco (mesmo
entre as camadas mais abastadas) sobre o passado do Leão do Norte.
Com estes alvos em mente, os pioneiros da iniciativa começaram a articular a
formação de uma associação cultural aos moldes do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, que havia sido fundado em 1838. O grupo era capitaneado
por Joaquim Pires Machado Portela e incluía ainda Salvador Henrique de
Albuquerque, José Soares de Azevedo, Antônio Vitrúvio Pinto Bandeira Acioli e
Vasconcelos e Antônio Rangel Torres Bandeira. A data escolhida para a fundação
foi o dia 28 de janeiro, em referência à data que assinala a entrada triunfal
dos luso-pernambucanos no Recife, após a definitiva rendição dos holandeses em
1654. Seu primeiro presidente foi o Monsenhor Francisco Muniz Tavares,
participante e historiador da Revolução Pernambucana de 1817.
A associação surgiu inicialmente com o nome de Sociedade Arqueológica
Pernambucana, substituído meses depois por Instituto Arqueológico e Geográfico
Pernambucano. O termo arqueológico tinha naquele momento um significado mais
amplo do que aquele que lhe damos na atualidade. Englobava o conhecimento do
passado e das antiguidades como um todo, reunindo todas as técnicas, fontes e
saberes necessários para isso. Pernambuco, apesar de ter sido o cenário de
alguns dos lances mais significantes da formação histórica do Novo Mundo,
desconhecia até então muitos fatos e locais de importância do seu passado. Essa
ignorância se tornara patente durante a visita do Imperador Pedro II em 1859.
Sempre curioso, o monarca havia inquirido por vários acontecimentos e sítios
históricos relacionados aos combates contra os holandeses. Obteve respostas
evasivas ou incorretas quando não simplesmente inventadas o que lhe deixou
uma impressão negativa.
Para corrigir essa falta e ao mesmo tempo estimular novos estudos que
permitissem respostas acuradas e cientificamente embasadas para muitas questões
de importância histórica, era necessário reunir as fontes e os vestígios do
passado. Desde o início de sua existência, o Instituto Arqueológico se afirmou
como um local de convergência de tudo o que pudesse ser empregado para melhor
conhecer o passado de Pernambuco. Dessa forma, por iniciativa de particulares
ou de instituições, milhares de documentos, livros, imagens, quadros, mapas,
moedas, fósseis e objetos os mais diversos foram sendo depositados sob a guarda
do Arqueológico. Este enorme acervo deu também ao Museu, que desde 1866 está
aberto ao público em geral.
Por seu pioneirismo como centro de estudos históricos na então província, o
IAHGP recebeu uma grande quantidade de documentos oriundos de várias
instituições públicas, como por exemplo, as Atas da Câmara do Recife e os
ofícios da Presidência da Província. Ainda no século XIX, recebeu os fundos
documentais da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC) copiados por
José Hyginio Duarte Pereira na missão de resgate documental financiada pela
Assembleia Provincial. Trata-se do mais importante fundo arquivístico sobre o
Brasil Holandês. Já no século XX, Mário Melo e Orlando Cavalcanti, entre
outros, enriqueceram ainda mais a coleção de documentos históricos com a
aquisição na Europa de papéis de interesse para Pernambuco.
No final do século XX, o IAHGP recebeu a guarda de mais de cem mil processos
oriundos do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Esse material inclui processos
criminais, de falência e inventários que cobrem uma cronologia que vai de
meados do século XVIII a meados do século XX. Uma parte dos processos de
inventário tem sido acondicionada e disponibilizada com apoio financeiro da
Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). No
conjunto, toda esta documentação alcança mais de 1000 metros lineares. Centenas
de pesquisadores a consultam anualmente, e de seus fundos surgiram ensaios,
textos literários, dissertações, teses e livros que lançaram novas luzes sobre
antigos fatos da nossa história. A produção historiográfica do IAHGP foi
veiculada através de sua Revista. Ela circula desde 1863, sendo um dos mais
tradicionais periódicos de história do Brasil. Atualmente, em virtude de
determinação contida na Constituição Estadual, é impressa pela Companhia
Editora de Pernambuco CEPE.
Ao longo de seus 155 anos de existência, o IAHGP reuniu em seu quadro social
figuras de proa da cultura pernambucana. Podemos destacar, correndo o risco de
cometer injustas omissões, os nomes do Mons. Francisco Muniz Tavares, José
Hygino Duarte Pereira, Pereira da Costa, Alfredo de Carvalho, Oliveira Lima,
Mário Melo, Mauro Mota, Nilo Pereira e José Antônio Gonsalves de Mello, entre
muitos outros. Entre os seus presidentes figuraram o Arcebispos de Olinda e
Recife: D. Luís Raimundo da Silva Brito.
Portanto, a partir deste Projeto de Resolução, pretendemos homenagear quem
sempre testemunhou a história do nosso estado, assegurando a memória e
transferência de conhecimento de valor inestimável às futuras gerações,
auxiliando diretamente o que diz respeito ao engrandecimento do nome de
Pernambuco, fomentando a difusão das mais diversas informações geográficas e
culturais.
Perante o exposto, solicito aos ilustres colegas a aprovação deste Projeto de
Resolução.
Histórico
Sala das Reuniões, em 21 de fevereiro de 2017.
Waldemar Borges
Deputado
Informações Complementares
Status | |
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Situação do Trâmite: | Enviada p/Publicação |
Localização: | Publicação |
Tramitação | |||
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1ª Publicação: | 22/02/2017 | D.P.L.: | 8 |
1ª Inserção na O.D.: |
Sessão Plenária | |||
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Result. 1ª Disc.: | Data: | ||
Result. 2ª Disc.: | Data: |
Resultado Final | |||
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Publicação Redação Final: | Página D.P.L.: | 0 | |
Inserção Redação Final na O.D.: | |||
Resultado Final: | Data: |
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Parecer Aprovado | 3627/2017 | Isaltino Nascimento |
Parecer Aprovado | 3999/2017 |