José Queiroz responsabiliza Bolsonaro por consequências da crise sanitária

Em 13/08/2020 - 14:08
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CEM MIL MORTOS – “Se o presidente fosse mais coerente e se unisse aos demais gestores, certamente teríamos outros dados”, acredita o parlamentar. Foto: Jarbas Araújo

O deputado José Queiroz (PDT) revelou incômodo com as estatísticas envolvendo a pandemia do novo coronavírus. Na Reunião Plenária desta quinta (13), ele avaliou que o mundo inteiro sofre com essa crise, mas, no Brasil, as consequências têm sido piores. “O fato de as providências nacionais insensatas entrarem em conflito com as ações dos governos estaduais e municipais tem nos levado a um cenário terrível”, alertou. Ao lembrar que o número de mortos pela doença já passou dos cem mil, o parlamentar responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pelo quadro. 

“Se o presidente fosse mais coerente e se unisse aos demais gestores, certamente teríamos outros dados. Não é à toa que ele foi denunciado como genocida ao Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda). Infelizmente, a expectativa é de que, no final de outubro, serão 200 mil óbitos no País”, advertiu. Segundo Queiroz, o Congresso Nacional tem feito o que está ao seu alcance para oferecer ao Governo Federal as condições necessárias para o combate à Covid-19. “Em contrapartida, três ministros foram descartados da pasta da Saúde e, até hoje, o ministério está sem comando. Não pode haver maior descompasso”, salientou. 

Queiroz acredita que Bolsonaro “continua insistindo em práticas errôneas”, como não usar máscaras e participar de aglomerações. “Além de não saber coordenar a crise, dá maus exemplos, mesmo tendo sido contaminado”, prosseguiu, lembrando os “escândalos”: “Parece estar brincando com a Nação”.  O parlamentar convocou a população a “acordar deste pesadelo”. “Não podemos ficar anestesiados. É hora de dar um basta”, conclamou. 

Em aparte, o deputado Alberto Feitosa (PSC) afirmou que as queixas de Queiroz são típicas de uma “oposição que não aceitou a vontade das urnas”. “Foram 57 milhões de brasileiros que quiseram eleger Bolsonaro para se livrar da esquerda e da corrupção praticada por mais de 20 anos no Brasil”, frisou. 

APARTE – Para Feitosa, queixas de Queiroz são típicas de uma “oposição que não aceitou a vontade das urnas”. Foto: Jarbas Araújo

O parlamentar salientou que o grau de popularidade do presidente só aumenta e que os opositores é que devem se preocupar com as gestões falhas, citando como exemplo a Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco. “Como se explica que o Recife tenha quatro vezes mais mortes por Covid-19 do que Salvador e a segunda maior taxa de mortalidade do Brasil?”, indagou. “Contra números, não há o que discutir”, completou.

Em resposta a Feitosa, José Queiroz afirmou que a oposição nunca desejou negar a vitória de Jair Bolsonaro. “O que queremos é um presidente de verdade e não um gestor que contribui para piorar a crise em que estamos. Não sou apenas eu quem digo, são as autoridades internacionais”, concluiu. 

Também em aparte, João Paulo (PCdoB) disse que a gestão de Bolsonaro é genocida, incompetente e tem destruído a vida de muitos brasileiros. Para o deputado, o comportamento do presidente vai na contramão do que o mundo está fazendo. “O golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff possibilitou a eleição de um presidente desqualificado, mas todos sabem que ele não tem mais condições de governar o Brasil”, enfatizou. 

O comunista ainda definiu como “desrespeitosa” a forma como Feitosa criticou as gestões de Geraldo Julio e de Paulo Câmara, assim como as acusações feitas aos políticos de esquerda, vinculados pelo colega à corrupção. O agora opositor, registrou João Paulo, já fez parte da gestão do Recife.