
EDILSON – “Há uma polarização em torno do ódio mais insano”. Foto: Roberto Soares
Os deputados Edilson Silva (PSOL) e Isaltino Nascimento (PSB) ocuparam a tribuna, nesta quinta (18), para se posicionar sobre o segundo turno da eleição para a Presidência da República. O psolista propôs a criação, na Alepe, de uma comissão de acompanhamento dos casos de intolerância política que têm sido observados, enquanto o socialista afirmou que o ódio “não é característica do povo brasileiro”. Os pronunciamentos foram feitos durante a Reunião Plenária.

ISALTINO – “Querem imputar à sociedade brasileira uma visão totalitarista”. Foto: Roberto Soares
Em apelo aos colegas, Edilson Silva avaliou que há uma “uma polarização em torno do ódio mais insano” e defendeu uma postura de defesa da democracia, da liberdade e do humanismo. “Temos uma candidatura que vem fazendo uma pregação de ódio e permitindo que, nas ruas, algumas pessoas se sintam liberadas para agredir fisicamente outras”, comentou.
O parlamentar também citou episódios de violência recentes. “Em Pernambuco, tivemos atentados a pessoas LGBTs e a mulheres e, na Bahia, o assassinato do Mestre Moa. Faço um apelo aos pares da Casa para que a gente aponte para um caminho de diálogo”, expressou.
Nascimento, por sua vez, observou que a “mão invisível” que atuou para eleger Donald Trump nos Estados Unidos e promover a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) está operando no Brasil. “Querem imputar à sociedade uma visão de ódio, totalitarista, e temos que nos contrapor a isso. Não é característica do povo brasileiro atos de violência, discriminação, xenofobia, misoginia e racismo”, acredita.
Ainda para o líder do Governo na Casa, o objetivo é “derrotar uma visão de País mais ampla, moderna e com o Nordeste como protagonista”. Segundo ele, estão em jogo recursos como as reservas minerais e de água doce, a Amazônia e o mercado interno brasileiro. “Há uma tentativa de tirar de nós a possibilidade de ser a nação do futuro, um país pujante na economia e na qualidade de vida do povo”. O deputado também aproveitou o tempo para divulgar evento que o PSB realizará com prefeitos nesta sexta (19), em Gravatá (Agreste Central).
Votação – Edilson Silva, que não se reelegeu, agradeceu os votos recebidos. Ele registrou que o PSOL conquistou um mandato na Alepe que, segundo ele, estará “à altura das melhores expectativas do povo pernambucano”. Ainda atribuiu a responsabilidade pela não recondução, em parte, à direção do partido no Estado. “Não me permitiram ir à televisão divulgar nossa candidatura e nosso número, por exemplo. Essa postura, lamentavelmente, configura ‘racismo institucional’. Fizemos um mandato honrado, com altivez, coragem e coerência. Vamos continuar a luta permanente por aquilo que a gente acredita”, acrescentou.