
ESTATÍSTICA – Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de ocorrência causou a morte de 1.888 pessoas em 2015, em Pernambuco. Foto: Rinaldo Marques
Criar uma cultura de responsabilidade do cidadão na prevenção e combate aos acidentes de trânsito foi o principal mote do Grande Expediente Especial dedicado ao Maio Amarelo, realizado nesta quinta (4). O movimento visa chamar atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito em todo o mundo. Segundo o Ministério da Saúde, essas ocorrências causaram a morte de 1.888 pessoas em 2015, somente em Pernambuco.
Com o mote “#MinhaEscolhaFazADiferença”, o Maio Amarelo em 2017 quer ressaltar a importância da atitude que cada pessoa pode ter para gerar um tráfego de veículos menos violento. “Precisamos incluir a cultura de paz no trânsito de Pernambuco. Trazer pessoas que entendem do assunto para o debate é a participação da Alepe nessa iniciativa”, ressaltou o deputado Eduíno Brito (PP), coordenador-geral da Frente Parlamentar de Trânsito e Transporte.
O organizador do Movimento Maio Amarelo em Pernambuco, Carlos Valle, deu o exemplo de uma atitude simples, que pode fazer a diferença: o uso de calçados pelos condutores de motos. “Não é preciso uma lei para que os motociclistas passem a andar com sapatos. A maioria das ocorrências envolvendo ocupantes de motos atinge os pés dessas pessoas”, relatou. “Todo acidente, no fundo, acontece em razão de alguma escolha da pessoa na direção”, sublinhou.
Valle comemorou a diminuição do número de acidentes de trânsito no Brasil, no ano passado, segundo estatísticas do Seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre). “O número total caiu de 621.276, em 2015, para 413.672, em 2016. Essa redução de 33% fez com que cerca de 207 mil pessoas deixassem de passar pela experiência ruim de um acidente de trânsito”, indicou o representante do Movimento Maio Amarelo, que também faz parte do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).
O presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), Charles Ribeiro, destacou que a fiscalização da Operação Lei Seca fez diminuir o número de autuações por ingestão de bebida alcóolica. “Hoje, outros problemas já são uma preocupação maior para nós, como o uso de celular na direção”, afirmou. As ações educacionais do Detran-PE e da Polícia Rodoviária Federal também foram apresentadas no Grande Expediente Especial.
Ambulâncias – Durante o encontro, representantes dos sindicatos dos enfermeiros e dos condutores de ambulância solicitaram a regularização da situação desses veículos em Pernambuco. Segundo eles, falta capacitação para os motoristas, e os veículos estão sem regularização do IPVA e com sistemas de segurança e higienização inadequados. “Queremos um sistema de vistorias como ocorre com táxis e vans, possivelmente por meio de uma lei estadual”, sugeriu Berenice Garcês, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (Seepe).
Em resposta às queixas das entidades, o deputado Eduíno Brito informou que a Alepe deverá ajudar na resolução desses problemas. “Levaremos as questões aos órgãos competentes, e essas informações podem subsidiar a possível criação de uma lei sobre o tema”, observou.