Brasão representa identidade cultural e política do Estado

Em 20/09/2014 - 00:09
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Bruna Suianne O brasão, a bandeira e o hino de Pernambuco são símbolos que possuem uma importância histórica na criação da identidade cultural e política do Estado.

Para homenagear esses elementos, a Assembleia Legislativa de Pernambuco, por meio da TV Alepe, produziu em 2013 uma série de reportagens especiais sobre a história de cada um dos símbolos, que contam juntos a narrativa de todo um povo. O lançamento do DVD Projeto Símbolos de Pernambuco aconteceu dia 1° de abril de 2014, aniversário da Casa Joaquim Nabuco, que comemorou 179 anos de fundação.

Criado no final do século 19 pelo então governador do Estado, Alexandre José Barbosa Lima, o brasão de Pernambuco representa a marca do governo até hoje.

Apesar de pouco conhecido pela maioria da população, está presente em documentos e publicações ligados as três esferas do poder: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Devido à complexidade de informações contidas em seu desenho, a população tem dificuldade em reconhecer o significado de cada um dos elementos que o integram. “De um ponto de vista gráfico, esse tipo de brasão é fortemente influenciado pelos brasões europeus, o que para mim causa um distanciamento com a identidade visual da cultura pernambucana contemporânea”, afirma o professor de designer gráfico Bernardo Cortizo, da UniNassau.

Os componentes que integram do brasão possuem uma relação direta com a história, economia e cultura da época em que foi criado. O Farol do Picão se localizava entre os rios Capibaribe e Beberibe e foi desmontado no ano de 1931 por ser considerado ultrapassado. A fita com estrelas e o leão representam, respectivamente, os municípios de Pernambuco e a bravura do povo pernambucano.

Os ramos de cana-de-açúcar e algodão fazem referência aos então marcos econômicos e as datas de 1710, 1817,1824 e 1889 simbolizam movimentos de grande importância para a história política do Estado.

O artista plástico Jobson Figueiredo, responsável pela confecção da maioria dos brasões expostos nos prédios públicos oficiais do Estado, fala que a admiração do povo pernambucano seria maior se houvesse mais conhecimento. “O que você não conhece, você não ama. A população não vai apreciar tal elemento se muitos não sabem nem o que ele significa”, alegou, em entrevista a TV Alepe.

O professor de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) George Cabral explica, no DVD Símbolos de Pernambuco, que a possibilidade da reformulação do brasão para algo mais moderno e próximo do povo é pequena, já que esses elementos permeiam a historicidade do lugar. “Pernambuco não vive mais de algodão e cana-de-açúcar, mas como eles estão vinculados à tradição, fazem parte de uma herança histórica que representam muito bem o Estado”, justificou.

Serviço: a reportagem pode ser assistida no canal alepenatv no YouTube Datas históricas 1710 Guerra dos Mascates – A disputa pelo controle do poder político em Pernambuco entre os senhores de engenho e os comerciantes portugueses, conhecidos como mascates, foi o mote da revolta. Em 1709, o Recife conquistou sua emancipação, tornando-se vila independente e com autonomia política. Com receio de que o município se tornasse centro econômico e político da capitania, em 1711, os olindenses invadiram o Recife, dando início à Guerra dos Mascates.

O conflito terminou em 1712 após a coroa portuguesa determinar a prisão dos principais líderes do movimento 1817 Revolução Pernambucana – Insatisfeitos com a chegada da corte portuguesa no Brasil desde o ano de 1808, a maior queixa dos pernambucanos era a grande quantidade de lusitanos ocupando os cargos públicos no Brasil. As altas taxas cobradas nos impostos e tributos também são consideradas o estopim da revolta.

A crise se agravou devido à queda na exportação do açúcar, principal produto da economia no Estado. A fome, a miséria e a seca atingiram diretamente a população, dando início a uma das mais famosas revoluções brasileiras, a Revolução Pernambucana de 1817 1824 Confederação do Equador – O descontentamento da população com a grande influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a Independência, gerou revolta em Pernambuco e logo se espalhou por outras regiões do Nordeste.

A elite de Pernambuco havia escolhido Manuel Carvalho Paes de Andrade para governar a província. No entanto, em 1824, dom Pedro I indicou um governador de sua confiança, Francisco Paes Barreto, o que deflagrou insatisfação geral. As forças do império agiram com rispidez para dar fim à revolta, que teve como um dos líderes Frei Caneca, condenado a fuzilamento. O movimento perdeu força logo após a fuga dos emancipacionistas para o Sertão, no final do mesmo ano 1889 Proclamação da República – O sistema monárquico não correspondia mais aos anseios da população e às necessidades sociais que estavam em processo. Grande parte da população urbana do País desejavam mais liberdade econômica, mais democracia e menos autoritarismo. Em 15 de novembro de 1889, na capital brasileira da época – a cidade do Rio de Janeiro – o marechal Deodoro da Fonseca liderou um golpe militar que derrubou a Monarquia e instaurou a República Federativa e Presidencialista no Brasil. No mesmo dia, foi instaurado o governo provisório em que o marechal assumiu a Presidência da República