
Requerimento 3435/2021
Texto Completo
Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, que seja formulado Voto de Pesar pelo falecimento do músico, compositor e violonista Henrique Annes, ocorrido no dia 20 de setembro do corrente ano.
Justificativa
Pernambucano da cidade do Recife, Henrique José Pedro Annes foi um mestre do violão, reconhecido nacional e internacionalmente. Músico que sempre ocupou com destaque lugar no panteão dos grandes violonistas brasileiros, também consolidou uma brilhante carreira como maestro e compositor ao longo de mais de meio século de vida. Sua partida, aos 75 anos, em plena atividade, deixa uma lacuna irreparável.
Considerado a “Memória do Violão Brasileiro”, Henrique Annes nasceu no bairro de Casa Amarela, no dia 26 de julho de 1946, e cresceu ouvindo na vitrola os cantores preferidos do pai, entre tantos, Orlando Silva, Jacob do Bandolim, as grandes orquestras, Beethoven e concertos para violino - que muito contribuíram para sua formação musical clássica e popular brasileira.
Sua história com a música começou ainda bem cedo, por volta dos dez anos de idade, e por influência do tio Arnaldo Pedrosa, exímio flautista que o incentivou a aprender um instrumento. Sem qualquer conhecimento musical teórico, apenas com método prático de acordes repassado pelo tio, o menino Henrique Annes começou pelo cavaquinho, facilmente dominado. Ganhou da mãe seu primeiro violão e, mais uma vez, de forma autoditada e com muito treino, revelou-se um fenômeno. Aos 14 anos, sua genialidade encantou o radialista e humorista Brivaldo Franklin (Zé do Gato), que o projetou no programa Quando os Violões se encontram, da Rádio Jornal do Commercio, quando Henrique Annes teve a oportunidade de conhecer e tocar ao lado de seus ídolos.
De menino prodígio que aprendia a tocar apenas ouvindo, a trajetória de Henrique Annes o levou a cravar o seu nome na história da música brasileira, como instrumentista ovacionado e professor respeitado. De aluno no Conservatório Pernambucano de Música se tornou professor por quase 40 anos e lá criou a cadeira de violão erudito e a Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco. Fundou a Oficina de Cordas no Estado de Pernambuco e atuou em orquestras e sinfônicas de câmara no Brasil e no exterior. Teve passagens memoráveis também na Orquestra Sinfônica do Recife, na Orquestra Armorial de Câmara de Pernambuco
Músico de grande inspiração - “a música vem pronta da minha cabeça; só tenho que gravar”, disse certa vez em entrevista à Rádio Câmara, - Henrique Annes tinha em sua própria existência a história do violão pernambucano. Deixa como legado uma obra autoral memorável que sempre transitou com elegância entre o erudito e o popular.
Ao mestre, o nosso adeus. À Angélica Ximenes, companheira de sonhos e de caminhada, aos familiares e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos.
Histórico
Waldemar Borges
Deputado
Informações Complementares
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Situação do Trâmite: | ENVIADO_PARA_COMUNICACAO |
Localização: | SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD) |
Tramitação | |||
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1ª Publicação: | 24/09/2021 | D.P.L.: | 10 |
1ª Inserção na O.D.: |