
PROJETO DE RESOLUÇÃO 738/2023
Inscreve Gregório Lourenço Bezerra no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco - Fernando Santa Cruz, pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.
Texto Completo
Art. 1º Fica inscrito o nome de Gregório Lourenço Bezerra no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco - Fernando Santa Cruz, depositado no Museu Palácio Joaquim Nabuco.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Justificativa
O excelentíssimo senhor Gregório Lourenço Bezerra, pernambucano, símbolo de resistência à ditadura militar, considerado o primeiro torturado da mesma. Dos 83 anos que viveu, passou 23 anos no cárcere, por motivos políticos. Teve sua vida marcada por servir a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Por isso, merece ter seu nome registrado no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco - Fernando Santa Cruz.
Nasceu no dia 13 de março de 1900, no município Panelas de Miranda (PE), viveu em condições de miséria tendo que cortar cana aos 4 anos de idade. Ficou órfão aos 9 anos e se mudou para o Recife, levado pelos donos do engenho, na esperança de estudar. Cresceu sem ser alfabetizado e encontrou condições de vida difíceis na capital pernambucana. Trabalhou como carregador de bagagem, ajudante de obras e quando foi jornaleiro contava com ajuda dos seus companheiros para ficar a par das notícias veiculadas. Nessa época, aproximou-se da política.
Foi preso pela primeira vez em 1917, depois de participar de uma passeata por melhores salários e em apoio ao movimento bolchevique da União Soviética.
Em 1922 apresentou-se ao Exército, para prestar serviço militar. Aos 25 anos foi alfabetizado para fazer o curso de Sargento de Infantaria.
Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1930 e em 1935 participou da fundação da Aliança Nacional Libertadora, foi um dos líderes da Intentona Comunista. Após a derrota do movimento ele é preso, torturado e condenado a quase 28 anos de prisão, ficou preso em Fernando de Noronha e depois no Rio de Janeiro, chegou a dividir cela com Luiz Carlos Prestes. Após ser anistiado em 1945, tornou-se Deputado Constituinte em 1946, sendo o mais votado do estado de Pernambuco, teve o mandato cassado quando o PCB volta a ilegalidade em 1948. Após ter o mandato cassado ele foi preso, acusado de ter incendiado um quartel em João Pessoa, capital da Paraíba, mas foi absolvido por falta de provas.
Foi preso com o golpe militar de 1964, transferido para o Recife e arrastado pelas ruas do bairro de Casa Forte. Com o AI-1 teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Em 1967 ele foi condenado a 19 anos de prisão, sendo solto dois anos depois, após ser trocado pelo embaixador americano, Charles Burke Elbrick, que foi sequestrado por militantes organizados que faziam oposição armada à ditadura. Depois de solto foi exilado do país e ficou dez anos morando entre o México e a URSS, nesse período se desligou do PCB e escreveu o livro Memórias.
Deixou de ser considerado criminoso político com a Lei de Anistia de 1979. Voltou ao Brasil e concorre as eleições em 1982 pelo PMDB. Morreu em 1983, após dedicar sua vida à luta das trabalhadoras e dos trabalhadores pernambucanos, deixando um legado em defesa da democracia para todo o povo de Pernambuco e do Brasil.
Histórico
João Paulo
Deputado
Informações Complementares
Status | |
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Situação do Trâmite: | AUTOGRAFO_PROMULGADO |
Localização: | SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD) |
Tramitação | |||
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1ª Publicação: | 24/05/2023 | D.P.L.: | 10 |
1ª Inserção na O.D.: |
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Tipo | Número | Autor |
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