
CULTURA – Deputado avalia que setor só retornará à normalidade muito depois do fim da pandemia. “É preciso uma campanha emergencial ampla para apoiá-lo.” Foto: Reprodução/Roberta Guimarães
O deputado João Paulo (PCdoB) alertou para a difícil situação econômica enfrentada pelos artistas, especialmente da cultura popular, que estão impedidos de se apresentar em função da pandemia de Covid-19. Durante a Reunião Plenária desta quinta (21), ele defendeu o envolvimento de gestores públicos e da sociedade para minimizar os efeitos negativos sobre a categoria, bem como a aprovação de um plano emergencial para o segmento que tramita no Congresso Nacional.
O pronunciamento foi motivado pelo Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, celebrado neste 21 de maio. O comunista destacou que a relação com o público está na essência do trabalho artístico, razão pela qual as medidas de isolamento social impactam fortemente nessa atividade. E avaliou que o setor só vai poder retornar à normalidade muito depois do fim da pandemia.
“É preciso uma campanha emergencial ampla, com a participação de diversos segmentos da sociedade, para apoiar nossos artistas”, disse. “A cultura não pode ser destruída.” João Paulo considera importante a aprovação, pelo Congresso, do Projeto de Lei nº 1089/2020, que prevê um auxílio mensal de R$ 1.045 para artistas e profissionais do ramo e de R$ 10 mil para espaços culturais. A proposição ainda impede o corte do fornecimento de água, luz e internet para pessoas jurídicas do setor.
O parlamentar do PCdoB registrou o esforço do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife para antecipar a quitação das contratações feitas para o Carnaval. Com relação ao Governo Federal, destacou a saída, ontem, da secretária da Cultura, Regina Duarte, e exclusão dos artistas entre os beneficiários do auxílio emergencial.
“A cultura é a alma do povo, mas, infelizmente, para o Governo Bolsonaro, é um setor menor. Ele reduziu o ministério a uma secretaria esvaziada e desprestigiada, e já nomeia o quinto titular. Longe de ser admirador da arte e da cultura, o presidente agrava o problema, ao não dar nenhum tipo de remuneração”, emendou.