
EMPREGO – “Segmento enfrenta dificuldade por não ter nada na carteira de trabalho. Estamos dando essa oportunidade”, explicou Clodoaldo Magalhães. Foto: Giovanni Costa
Novos estagiários receberam as boas-vindas da Assembleia Legislativa nesta terça (14), durante o seminário de abertura para a segunda turma do programa Alepe Acolhe. A iniciativa, fruto de uma parceria com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), é voltada para adolescentes entre 14 e 17 anos que estão no Cadastro Nacional de Adoção e que, ao atingir a maioridade, terão que deixar os abrigos mantidos pelo Poder Público.
Oferecer uma vivência inicial no ambiente de trabalho é o propósito do projeto, de acordo com o primeiro-secretário da Alepe, deputado Clodoaldo Magalhães (PV). “Hoje, a gente tem um desemprego médio na Região Metropolitana do Recife (RMR) de 17%, mas, na faixa etária dos mais jovens, chega a 27%. A grande dificuldade é não ter nada na carteira de trabalho, nenhuma experiência. Por isso, estamos dando essa oportunidade”, explicou.
Na primeira etapa do Alepe Acolhe, em 2019, foram ofertadas oito vagas. Com o retorno dos trabalhos presenciais no Parlamento, o convênio foi ampliado para 20 postos e a idade mínima, reduzida de 16 para 14 anos. Além de vivenciar tarefas nos vários setores da Assembleia, os participantes terão acesso a cursos promovidos pela Escola do Legislativo (Elepe), como os de Português e Informática, e receberão uma bolsa no valor de R$ 500 por mês.

ESTÁGIO – Matheus Almeida espera conseguir dar um futuro melhor à família: “Quero ajudar nas despesas da casa”. Foto: Giovanni Costa
Com a experiência, Matheus Almeida, de 17 anos, espera conseguir dar um futuro melhor à família dele. “Quero ajudar nas despesas da casa, quem sabe, ter um aprendizado ainda maior”, disse o jovem.
A chance de gerenciar o próprio dinheiro é outra vantagem do programa, na avaliação da coordenadora da Casa Pequeno Nazareno, em Itamaracá (RMR), Vanessa Rodrigues. “Na maioria das vezes, esses estagiários são os primeiros ou os únicos da família a ter carteira assinada”, observou. “Então, existe um impacto em trabalhar e, no final do mês, ter o recurso.”
O presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PSB), lembrou que o projeto recebeu o prêmio nacional Assembleia Cidadã, da Unale, em 2020. “Essa parceria com o TJPE demonstra que estamos, cada vez mais, procurando, além de humanizar as leis, fazer também ações que possam se aproximar da sociedade pernambucana”, observou.
O seminário teve a participação do secretário estadual de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas, Cloves Benevides, bem como de representantes do Tribunal de Justiça e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude. O evento também contou com palestras, como a apresentação sobre o Parlamento feita pelo consultor legislativo Daniel Sarinho.