
CRIMES – “Estão na ponta do combate à violência, mas são vítimas dela.” Foto: Roberto Soares
Ao citar uma ocorrência registrada no último domingo (5), no Estado de São Paulo, quando dois policiais militares teriam sido agredidos durante patrulha em baile funk, o deputado Joel da Harpa (PP) lamentou o avanço da violência contra profissionais da segurança pública. Em discurso no Pequeno Expediente desta terça (7), ele informou que esse tipo de crime cresceu 10%, mesmo em período pandêmico.
“Os PMs foram covardemente atacados ao passar de motocicleta por uma festa na rua. Entra ano e sai ano, a preocupação continua. São profissionais que estão na ponta do combate à violência, mas são vítimas dela”, avaliou o parlamentar. “Ao agredirem policiais, os marginais atingem toda a sociedade e o Estado.”
Joel da Harpa ainda comentou a morte do policial militar pernambucano Felipe Ferreira de Oliveira, no último mês de outubro. “Depois de ser abordado em uma operação, um suspeito armado efetuou diversos disparos contra o PM. Ele chegou a ser socorrido para a UPA do município de Paudalho (Mata Norte), mas não resistiu aos ferimentos”, contou. “Gostaria de saber onde estão as entidades de direitos humanos, nesses momentos, que não fazem cobranças?”, indagou.
Ao comentar os questionamentos, a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), observou ser “importante frisar que, quando se criminaliza o baile funk, acaba-se por criminalizar toda a favela brasileira”. “Nem todo o mundo que está lá é criminoso. Falas como essa reverberam tanto em quem vai ali para se divertir quanto no policial. Quem tem que ser cobrado pela violência é o Estado.”
Em resposta, Joel da Harpa disparou: “Se houvesse uma frase para definir bem o debate de hoje seria ‘Joel defende policiais e PSOL defende marginais’”. O deputado João Paulo (PCdoB), por sua vez, solidarizou-se com Jô Cavalcanti: “Em nenhum momento ela se colocou contra os policiais, apenas deixou clara a posição quanto à discriminação imposta a pobres e negros”. A deputada Laura Gomes (PSB) também endossou a manifestação da representante das Juntas.