
TRAJETÓRIA – “Legenda sempre esteve à frente das grandes lutas contra a exploração e a violência, ao lado da justiça social e da democracia.” Foto: Roberto Soares
Os 99 anos de existência do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foram registrados pelo representante da legenda na Alepe, o deputado João Paulo, em pronunciamento na Reunião Plenária desta quinta (25). “É a agremiação política mais antiga do Brasil, que chega próximo ao centenário após ser perseguida e deixada na clandestinidade”, ressaltou.
O atual PCdoB assume o legado do antigo Partido Comunista, fundado em Niterói, (RJ) no dia 25 de março de 1922. “Sempre esteve à frente das grandes lutas contra a exploração e a violência, ao lado da Justiça social e da democracia”, destacou o parlamentar. “Nunca nos arredamos da denúncia das iniquidades do sistema capitalista, que assume novas formas hoje”, prosseguiu.
João Paulo rememorou conquistas históricas da legenda, como a emenda que incluiu a liberdade de culto na Constituição de 1946. A iniciativa dessa alteração partiu do escritor Jorge Amado, na época, deputado federal. “O PCdoB, que sempre foi perseguido, defende os oprimidos. E hoje está ao lado, por exemplo, da militância negra, feminista e LGBTIQ+”, enfatizou.
“Também estivemos presentes na jornada vitoriosa que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. E continuamos firmes contra o desgoverno de Jair Bolsonaro, que é aliado do coronavírus e um genocida como não se vê desde a 2ª Grande Guerra do século 20”, completou. “Além disso, nosso partido é defensor da soberania nacional, contra o entreguismo ultraliberal de Paulo Guedes.”
O comunista ainda homenageou Haroldo Lima, ex-deputado federal pela Bahia e ex-presidente do PCdoB, falecido nessa quarta (24), aos 91 anos, em decorrência da Covid-19. “Ele conseguiu escapar com vida do massacre realizado pela ditadura militar no bairro da Lapa, em São Paulo, onde vários dirigentes da sigla foram mortos. Mas acabamos perdendo alguns anos da vida dele para o vírus”, lamentou.
Diversos parlamentares prestaram reverências à legenda em apartes. Manifestaram-se José Queiroz (PDT), Tony Gel (MDB), Doriel Barros (PT), Juntas (PSOL), Teresa Leitão (PT), Laura Gomes (PSB) e Diogo Moraes (PSB). “O Brasil tem poucos partidos com uma diretriz de trabalho clara e valorização de sua história pela militância, como é o caso do PCdoB”, disse Moraes.
No tempo dedicado à Comunicação de Lideranças, João Paulo pediu a palavra novamente para registrar a passagem, ontem, do Dia Estadual de Combate a Fake News, incluído no Calendário Oficial de Eventos por sugestão dele.
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APARTE – Antônio Moraes lamentou situação da saúde no País: “Governo Federal centralizou medicamentos e não está repassando aos hospitais”. Foto: Roberto Soares
Ao comentar o pronunciamento de João Paulo, o deputado Antônio Moraes (PP) aproveitou para denunciar a situação dos hospitais de uma rede particular no que se refere ao atendimento dos casos de Covid-19. “Deveria haver uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o que está sendo feito nas unidades do Hapvida. Pacientes que necessitam de UTI e são ‘segurados’ por esse plano”, declarou, relatando a situação de um parente internado no Recife.
O progressista ainda protestou contra a atuação do General Pazuello à frente do Ministério da Saúde, encerrada com a exoneração no último dia 23. “Tenho vários amigos internados em UTIs, mas os donos de hospitais já falam que os medicamentos necessários para esses pacientes estão escasseando. Vai começar a morrer muita gente por falta de remédios na terapia intensiva”, alertou. Para Moraes, “o Governo Federal centralizou os insumos e não está repassando às unidades de saúde”. “É lamentável o que está ocorrendo no Brasil.”