Oposição critica política federal de FHC O deputado Sérgio Leite (PT) protestou ontem, na Assembléia Legislativa, contra a política do Governo Federal em relação aos servidores públicos, pois configura uma postura de descaso e violência. Ele condenou também os reflexos dessa postura do Governo, que vem empobrecendo os servidores e contribuindo para sucatear, desmantelar, o serviço público.Sérgio Leite acusou o Governo de apelar sempre para a retórica de escassez de recursos, de usar o servidor como bode expiatório da crise econômica, enquanto desperdiça recursos com incentivos, privatizações e terceirizações. Daí sugere um aumento ridículo, insignificante, de 3,5%, quando há sete anos não concede aumento, não realiza concurso, e o correto seria uma reposição salarial de 75, 4%, ou seja, a inflação no período de congelamento salarial.De acordo com o parlamentar, o Governo Federal retoma o discurso da ditadura, da época de fazer o bolo crescer para depois dividir, só que na verdade o que cresce é o lucro de uns poucos, enquanto a base da estrutura social fica cada vez mais pobre. Nesse ritmo atacou a lógica perversa tira daqueles que nada têm para enriquecer as contas dos poderosos, dos empresários, banqueiros e agiotas internacionais.Sérgio Leite adiantou que a greve dos servidores é reflexo de uma política elitista, cujo objetivo único é a expansão do lucro, em detrimento de quaisquer direitos dos trabalhadores. Diante dos fatos, pediu apoio da Assembléia para os servidores federais em greve, que reivindicam melhoria salarial e realização de concurso para as vagas existentes no setor.Intertítulo O Presidente da Adufepe, professor Sérgio Sette, afirmou ontem, na Assembléia Legislativa, que a greve dos servidores das universidades persiste por força da intransigência do Governo Federal em negociar um acordo. Esclareceu que o Governo Federal só negocia sob pressão e que os docentes e técnicos das Universidades paradas, num total de 41, estão há sete anos sem aumento, além de colocados em segundo plano.O professor Sérgio Sette lembrou que a proposta do Governo, com base num percentual irrisório, não atende as necessidades dos grevistas, que reivindicam também medidas para fortalecer as universidades. Adiantou que o Governo tende a negociar com os servidores somente após 50 dias de paralização, de forma que há necessidade de mobilização política para uma mudança de posição. Nesse sentido fez apelo aos parlamentares para reforçar o movimento dos servidores das universidades e contribuir para uma rápida solução do problema. (Nagib Jorge Neto)