Líderes Romário Dias e João Negromonte só aceitam negociação com volta dos grevistas aos quartéis

Em 31/10/2000 - 00:10
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Líderes Romário Dias e João Negromonte só aceitam negociação com volta dos grevistas aos quartéis O líder do Governo, deputado Romário Dias (PFL), afirmou que os governistas só aceitam conversar sobre negociação após o retorno imediato dos grevistas aos postos de trabalho. “Queremos negociar, desde que eles voltem aos quartéis”, condicionou. Para ele, é chegado o momento de ser encontrada uma solução “elegante para o conflito que atemoriza tanto a população”.Dias apelou para que os PMs voltem ao trabalho, demonstrando boa vontade de entendimentos que levem ao fim do movimento.

Reportando-se ao início da greve, o parlamentar revelou que, ao lado do vereador Dilson Peixoto (PT), teve participação fundamental nas conversações entre a sindicalista Teresa Leitão (Sintepe) e os representantes governamentais. O encontro ocorreu na Secretaria de Administração e resultou na conquista de alguns itens pelos trabalhadores na Educação, ficando para o próximo ano o encaminhamento de outros pontos. Romário Dias assegurou que todo o trabalho foi feito em silêncio e somente agora relatava os fatos. “É um exemplo do que pode ser feito em tais situações pela Assembléia Legislativa.

Daí a importância considerável deste Poder, quando o movimento dos policiais militares atinge seu 13º dia”, atestou.

“Ocorre que na paralisação dos PMs, a AL fez o possível para servir de canal entre eles e o Palácio das Princesas, tanto que o presidente José Marcos (PFL) ficou todo o final de semana à disposição dos grevistas. Mas a categoria dispensou essa intermediação, radicalizando suas reivindicações e perdendo a oportunidade de conversações que poderiam ter evitado o prolongamento dos protestos, com tantas seqüelas para a comunidade e a imagem da Corporação”, analisou Romário Dias.

O líder governista fez avaliação do movimento dos PMs e repeliu com firmeza a “intromissão” de dois deputados federais que se deslocaram de Brasília com o “pretenso” objetivo de por término à greve mediante intermediação. Ocorre que um parlamentar de Minas Gerais excedeu-se em declarações, atingindo diretamente o governador Jarbas Vasconcelos, e Romário Dias rebateu tal postura, “intromissão indébita sem qualquer sentido e falta de respeito a um governador de Estado”.

Retorno – O líder do PMDB, deputado João Negromonte, defendeu que a participação da Casa nas negociações com os grevistas somente seja efetivada após o retorno dos policiais aos seus postos de trabalho. “Não se deve vender sonhos. Essa Casa não tem papel de estimular o acirramento”.

Defendendo que os grevistas retornem imediatamente aos quartéis, o parlamentar lembrou que a greve da PM foi considerada ilegal pelo Judiciário e, em razão disso, alegou que o Legislativo não poderia se envolver oficialmente nas negociações, sem que antes os manifestantes suspendessem o movimento.”Do contrário, não teria cabimento a formação de uma comissão de deputados para buscar o entendimento. A comissão acabaria se esvaziando”, argumentou. (Antônio Azevedo/A L L)