CPI tenta desvendar tráfico de drogas e roubos no Sertão do SF Em mais uma viagem programada para o interior do Estado, a CPI do Narcotráfico e da Pistolagem instala-se hoje no município de Petrolina, no Sertão do São Francisco.
Aproximadamente 15 depoentes serão ouvidos hoje e amanhã, principalmente sobre a questão do roubo de cargas e tráfico de drogas, que serão os alvos da CPI na região.
Desde a semana passada, a polícia civil está fazendo um levantamento de informações na área e também foram recebidas denúncias através de telefone.
Segundo o deputado Fernando Lupa (PSDB), que é integrante da Comissão, o principal objetivo do trabalho na região do São Francisco será identificar o esquema de roubo de cargas. “Nós estamos concentrando nossos esforços para conseguir mais informações sobre as rotas e também em relação ao tráfico de drogas”, confirmou.
Antes de tomar os depoimentos, os parlamentares irão se reunir, hoje à tarde, com juízes, promotores e delegados da região, para um levantamento de informações que ajudarão o desenrolar dos trabalhos.
Depois do Sertão do São Francisco, os deputados estão agendando novas visitas à Mata Norte e Mata Sul, que deverão acontecer a partir da próxima semana, nos municípios de Timbaúba e Catende, respectivamente.
“Ao longo do nosso trabalho, já ouvimos aproximadamente cem depoimentos e tivemos um saldo positivo. Um exemplo foi a prisão de um empresário que comandava a receptação a cargas roubadas no Sertão”, comentou Fernando Lupa.
Encapuzado – A CPI apresentou ontem um homem encapuzado, de codinome “Pinheiro”, que se dispôs a colaborar para desbaratar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Ele prestou depoimento reservado há uma semana e entregou os líderes do grupo – um nigeriano conhecido como Azin e uma brasileira de nome Cláudia.
Segundo ele, cada pessoa recrutada pela quadrilha levava para o exterior 25 quilos de cocaína. “Pinheiro” disse que o principal roteiro é de São Paulo a Johanesburgo, na África do Sul, mas também é intenso o tráfico para Portugal e Holanda. Ele acredita que há facilitação nos aeroportos por onde a droga passa, mas o Estado não está na rota dessa quadrilha.
A CPI localizou a testemunha a pedido da CPI do Narcotráfico de São Paulo e recebeu elogios pelo trabalho. “Acho que nós temos que trabalhar de mãos dadas.
Tivemos a satisfação de ouvir do presidente da CPI de São Paulo a declaração de que a nossa Comissão é referência para as CPIs do Brasil”, afirmou Fernando Lupa.(Ana Lúcia Lins/Natália Câmara)
