Comissão apura caso Narcisinho em Limoeiro

Em 05/07/2000 - 00:07
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Comissão apura caso Narcisinho em Limoeiro A CPI do Narcotráfico e da Pistolagem decidiu, ontem, em Limoeiro (Mata Norte), dar continuidade às investigações sobre o caso do desaparecimento do menor Narciso Ferreira dos Santos Filho. O presidente da Comissão, deputado Pedro Eurico (PSB), informou que haverá uma acareação, no Recife, entre o pai do desaparecido, Narciso Ferreira dos Santos, e a advogada Maria Lúcia, que assegura que o menino ainda está vivo.

O crime transformou-se no principal alvo da sexta viagem ao interior realizada pela CPI. Cinco depoimentos foram ouvidos sobre o caso e outros acontecerão no Recife, como o de Luciana Maria da Silva – acusada de receber o dinheiro do resgate pelo seqüestro de Narcisinho. Os deputados também decidiram pedir a quebra de sigilo bancário do pai do menino e solicitaram à UFPE uma perícia técnica para tirar dúvidas sobre o laudo que confirmou a arcada dentária de um cadáver encontrado em Tracunhaém como sendo de Narcisinho.

“Queremos sair do município com uma definição se iremos pedir a reabertura do processo”, afirmou o deputado Antônio Moraes (PSDB), assinalando que a visita da CPI serviu para traçar a radiografia da criminalidade na Mata Norte.

Narcisinho desapareceu há nove anos, em Carpina. À época, foram presos e condenados como mandante intelectual, seu tio Ronaldo Adelino da Costa, e executores do suposto assassinato, o ex-policial José Agrício de Souza e o comerciante Edilson.

O garoto teria sido enterrado numa cova rasa num engenho em Tracunhaém. Sua arcada dentária foi reconhecida pela dentista Célia Dias de Araújo, que confirmou o fato à CPI, mas o exame de DNA realizado há dois anos não assegurou que a ossada encontrada pertencia ao menino.

Ainda depuseram na CPI Ronaldo Adelino da Costa, José Agrício de Souza, Manoel Miranda (amigo da família do garoto) e o pai Narciso dos Santos. Houve contradições entre os depoentes e acusações contra a polícia de ter torturado e levado à morte outras pessoas relacionadas ao caso. (Ana Lúcia Lins)