“Pernambuco me conquistou”, diz o cônsul Otto Hinrichsen Confissão de amor, coração conquistado pela terra que o adotou. Assim pode ser resumida a oração de Otto Hinrichsen ao agradecer a cidadania pernambucana, concedida pela Assembléia Legislativa, por proposição do deputado André Campos.
Ele recordou o dia do desembarque no Porto do Recife, há mais de seis décadas, depois de deixar Berlim. Ele confessou haver recusado oportunidades de transferir-se para o Sul maravilha: “Fiel aos encantos do Nordeste e sua gente e ao grande círculo de amizades em Pernambuco, que tive a ventura de formar”, o berlinense que em 18 de janeiro de 1935 deixou a Europa , rendeu-se aos acenos do destino e optou pela capital pernambucana.
Ele guarda na memória a evolução dos tempos e não esquece o passado: “Sou de tempo em que Arcoverde era Rio Branco; Sertânia era Alagoa de Baixo e Serra Talhada, Vila Bela. Sou do tempo do algodão, então esteio do agreste e do sertão; do ciclo do caroá, sustento de grande contigente da população interiorana; Sou do tempo em que o Centenário era o principal hospital recifense e as pílulas de vida do dr. Ross faziam bem ao fígado de todos nós; sou do tempo em que não existia televisão e se ia ao cinema de paletó e gravata…”.
Hinrichsen perdeu recentemente a esposa, D. Lourdinha Hinrichsem, com quem teve sete filhos. Ao agradecer a concessão da cidadania, concluiu: “Amo esta terra de todo coração e a considero hoje minha verdadeira pátria”. (A A)