Narcotráfico faz mais uma prisão A CPI do Narcotráfico realizou ontem mais uma prisão. José Albério Bento da Silva, conhecido como Brecha, teve prisão preventiva decretada por participação em assaltos na região da Mata Sul do Estado. A detenção aconteceu a pedido do Ministério Público Estadual.
O envolvimento de Brecha com os crimes foi relatado pelos detentos Jobel Guerreiro e Severino Lira. Apesar dele ter negado participação em todas as ocorrências, a CPI lembrou que ele deixou de comparecer a quatro convocações, “dando indícios de que teria alguma culpa”.
Cocaína A CPI ouviu ontem novas revelações sobre o tráfico de drogas no Estado, feitas por Paulo Roberto Barbosa, que está detido sob acusação de homicídio. Antes de prestar informações, Barbosa pediu garantia de vida à Comissão, além de transferência para um local sigiloso, porque tem medo de morrer. O depoente revelou à CPI o esquema de tráfico praticado no bairro de Santo Amaro.
Segundo Barbosa, a cocaína vinda do sul do País primeiro é entregue na casa funerária Adauto Batista, escondida em caixões. Depois é recolhida pelo comissário de polícia chamado Paulo Marcelo, que distribui para dois traficantes do bairro, de nomes Eric e Dudu. O depoente disse que existe até um telefone público no local, conhecido como “disque-cocaína”.
Por sua vez, Paulo Marcelo falou que a cocaína é vendida em locais como as boates Sampa, Scandinavia e Fun House. Ele citou ainda nomes de vários policiais envolvidos com o tráfico, revelando que existe um outro esquema de compra e venda de drogas na Base da Aeronáutica, localizada em Jaboatão.
Quanto ao crime de que foi acusado, o depoente disse que não tem nenhuma culpa.
Segundo ele, quem matou o biscateiro Santinho foi um homem chamado Jamerson. A CPI pediu à polícia o laudo do IML sobre a causa mortis de Santinho e disse que vai convocar Jamerson para depor, embora Paulo Marcelo tenha avisado que ele está desaparecido. O presidente da Comissão, deputado Pedro Eurico (PSB), informou que o comissário terá proteção policial e que ficará detido em local seguro, provavelmente, um quartel militar.
Acareação A CPI ainda realizou uma acareação entre Edsá Sampaio e Werner Walter, antigos sócios de uma revenda da bebida energética. Os dois são suspeitos de homicídio, sonegação fiscal e remessa ilegal de dólares.
Walter responde processos judiciais aqui e na Alemanha. Segundo ele, Edsá falsificou documentos para roubar a parte da empresa que lhe cabia. Já Edsá garantiu que não teria interesse em pegar parte da empresa, pois “ela nunca deu lucro”. Para o deputado Fernando Lupa (PSDB), os depoentes não conveceram. O parlamentar revelou que a CPI vai encaminhar as denúncias ao Ministério Público e que é provável uma reconvocação dos empresários. (Verônica Barros)