Eudo nega acusações e diz que é inocente

Em 07/06/2000 - 00:06
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Eudo nega acusações e diz que é inocente O deputado Eudo Magalhães (PFL) reafirmou ontem serem infundadas as acusações de políticos, de presidiários e da imprensa, segundo as quais estaria envolvido com tráfico de drogas, matadores de aluguel, fatos que considerou parte de uma farsa que visa atingir sua honra e seu mandato.

Eudo esclareceu que tudo começou quando ele prestou assistência a um eleitor – o ex-PM Falcon – ,a pedido de sua família, de sua mãe. Daí arranjou, há seis anos, um advogado para o mesmo, fato que serviu de pretexto para acusações sobre seu envolvimento com o narcotráfico.

O parlamentar adiantou que a CPI federal, acerca do fato, concluiu que houve contradição no seu depoimento, quando na verdade isto não tem fundamento, pois as notas taquigráficas comprovam que não houve equívoco de sua parte. Além disso, o prisioneiro Falcon, no primeiro depoimento, negou seu envolvimento com o tráfico, mas confirmou no segundo, de forma que aí sim há contradição.

Eudo Magalhães lembrou em seguida que foi acusado de tentar matar o dono do Laçador, Paulo Brol, e Reinaldo Reis, mas ambos desmentem a acusação, conforme depoimentos dos mesmos. Ele citou que foi também acusado de tentar envenenar o presidiário Falcon, mas os médicos do Hospital da Restauração descartaram a hipótese.

Nessa linha de defesa, Eudo afirmou que os deputados Pedro Eurico (PSB) e Antônio Moraes (PSDB), da CPI Estadual, receberam do prefeito de Água Preta, Eduardo Coutinho, uma carta do detento Jobel sobre sua participação em crimes.

Na CPI – adiantou – Jobel confessou que a pessoa a quem ele tinha entregue a carta prometeu lhe ajudar.

Eudo ressaltou que a polícia federal gravou uma fita na qual Jobel confessa ao detento Lira ter recebido 30 mil reais de Eduardo Coutinho para acusá-lo. A fita – afirmou – foi entregue ao deputado Antônio Moraes pelo agente Cardoso (PF) e, além dela, tem o depoimento do detento Dimas Ramos, no mesmo sentido.

Eudo Magalhães citou em seguida a versão do Diário de Pernambuco noticiando que sua mãe estaria telefonando para os deputados pedindo para votar a seu favor.

“Minha mãe faleceu há trinta anos, de forma que acreditar na imprensa é engolir este tipo de absurdo”, disse.

Por fim, o deputado reiterou sua inocência e assegurou que a cassação do seu mandato pode ser um precedente perigoso, um retorno aos porões da ditadura, um equívoco que será lamentado pelo Poder Legislativo. Daí, dirigiu-se aos seus filhos, pedindo que andem de cabeça erguida.

“Tenho defeitos e virtudes, mas entre os defeitos não está o de ser um criminoso, e entre as virtudes está a honra e amor pelos filhos”, concluiu.

(Nagib Jorge Neto)