Depoimento de diretor não convence CPI A CPI dos Combustíveis da Assembléia Legislativa retomou ontem os trabalhos de investigação das suspeitas de sonegação de ICMS ouvindo mais de três empresários ligados ao setor. O depoimento mais expressivo foi do diretor da distribuidora Federal Petróleo, Roberto Asfora. O empresário negou que mantém relações comerciais com a Discom, Transportadora Revendedora Retalhista (TRR) acusada de sonegar impostos. Ele disse que só tinha negócios de combustíveis em Pernambuco e que estava estudando a abertura de uma filial no Maranhão.
O deputado Paulo Rubem Santiago (PT) surpreendeu o depoente ao apresentar um exemplar do jornal Folha do Agreste, com uma entrevista de Roberto Asfora, que é pré-candidato a prefeito de Brejo da Madre de Deus, confirmando que vende combustíveis em sete estados nordestinos e ainda no Pará e em Goiás. Um dos patrocinadores da página é a Discom e no anúncio consta o nome de Roberto Asfora.
O empresário tentou se explicar, mas não foi convincente. Ele afirmou que as informações foram usadas sem sua autorização, com o objetivo de promover sua candidatura. Roberto Asfora confirmou que é procurador do seu irmão Cláudio Asfora, ex-sócio da Discom, que continua como diretor comercial da empresa.
Cláudio também é procurador de Roberto.
Embora o empresário tenha afirmando que a procuração tinha poderes limitados, Paulo Rubem desmentiu o depoente, mostrando que no documento ele tinha plenos poderes, inclusive para assinar mudanças de contrato e alterações de razão social.
Os deputados colheram ainda os depoimentos dos irmãos Marcônio Roberto Silvestre Carvalho e Emanuel Marcos Silvestre, ex-sócios da TRR Columinho. (P M)