Eudo Magalhães se diz injustiçado Deputado pefelista afirma que foi julgado previamente pela CPI do Narcotráfico O Deputado Eudo Magalhães (PFL) criticou ontem, na Assembléia Legislativa, a posição do Diário de Pernambuco que, sem a menor preocupação com a honra alheia, publicou matéria jornalística colhida antes da CPI do Narcotráfico, passando para a opinião pública um julgamento prévio, que terminou sendo aceito a seu respeito, pois se deu crédito às acusações de um condenado por tráfico de entorpecentes.
No seu pronunciamento, o Deputado Eudo Magalhães diz que abriu mão de suas prerrogativas de parlamentar, concordou em ser ouvido pela Comissão, diante da qual o detento fez contra ele duas acusações, ou seja, que “tomou”a sua casa através de uma procuração e que participava da denominada “pistolagem”, mandando matar seus desafetos. Quanto a drogas afirmou o detento declarou expressamente que ele nada tem a ver com o tráfico de drogas.
Acerca de tais fatos, o Deputado Eudo Magalhães adiantou que sobre as acusações de “pistolagem”, dentre as supostas vítimas citadas pelo depoente, dois estão vivos e um, que era o ex-Prefeito de São José da Coroa Grande, teve seu assassinato esclarecido, inclusive com o autor intelectual condenado, o então vice-prefeito.
Quanto à casa afirmou que de fato conhecia o detento e sua família, uma família humilde, decente, conhecida em Água Preta, e que se envergonhou e ficou perplexa com a prisão do bandido que saira da cidade um bom moço. Daí foi detido pela primeira vez e a família se mobilizou, ele também, contratando o advogado Carlos Gil, que conseguiu sua soltura, mas depois desistiu de continuar no processo, pois ele voltou à atividade criminosa.
De acordo com Eudo Magalhães, desde então negou sua ajuda ao referido detento, também o advogado Carlos Gil, fato que motiva sua ira e a acusação de que teria “tomado” sua casa, quando na verdade o que fez foi vender o imóvel, com procuração do policial Manoel Soares de Freitas, para pagar os honorários pactuados com o advogado Carlos Gil.
Após tais esclarecimentos, o Deputado Eudo Magalhães lembrou que a CPI do Narcotráfico revelou o interesse de respaldar o depoimento do detento, em cima de minúcias dessa procuração. Nesse aspecto, lembrou que o detento, na tentativa de incriminá-lo, tentou a versão de que a droga transportada pelo mesmo “era financiada por mim”, o que nunca foi dito por nenhum dos seus trinta e nove advogados ao longo dos seis anos em que passou recolhido.
Ao finalizar seu pronunciamento, o Deputado Eudo Magalhães lembrou que a Comissão queria mostrar serviço e provar que seu trabalho não daria em pizza.
Não se importou para tanto em cometer injustiças, denegrindo a imagem de um cidadão que jamais foi condenado em qualquer processo criminal. Daí a situação em que se encontra: “preciso provar que sou inocente, quando eles é que deveriam provar que sou culpado”. O normal afirmou é que todo mundo seja inocente até que prove o contrário. Aqui, sou considerado culpado, até provar minha inocência.
Depois de assegurar que ninguém é dono da verdade, que a CPI não pode se situar acima da lei e dos princípios democráticos, o parlamentar assegurou que não se pode tolerar que certas autoridades, visando a satisfação de interesses eleitoreiros e projeção na mídia nacional, se revistam da capa da inquisição, atropelando a Constituição, concentrando as funções de legislador, juiz e aplicador da lei ao mesmo tempo. (Nagib Jorge Neto)